quarta-feira, julho 25, 2012

De onde viemos?

Nosso grande medo é que quando morrermos nos tornaremos nada. Muitos de nós acreditam que nossa existência inteira é apenas o nosso tempo de vida, começando no momento que nascemos ou fomos concebidos e termina no momento que morremos. Acreditamos que nascemos do nada e que quando morremos nos tornaremos nada. E, portanto, estamos cheios do medo da aniquilação.

O texto dessa semana (clique aqui) diz que quando você perde um ente querido, você sofre. Mas se souber como olhar em profundidade, tem a chance de perceber que a natureza dele é a do não nascimento e não morte. Há manifestação e há a cessação da manifestação. Você tem que ser muito perspicaz e muito alerta para reconhecer as novas manifestações de uma pessoa. Mas com a prática e com esforço você pode fazer.

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4 comentários:

Anônimo disse...

Olá, Sou "iniciante de iniciante" no conhecimento do Budismo, mas o que a visão ocidental, em que sempre estive inserida, dificulta é a compreensão da "não-individualidade" após a morte física. Somos bastante apegados à idéia do "Eu". Me causa um certo desconforto imaginar que meus pensamentos, sentimentos e experiências pessoais, que no fundo é o que me individualiza (mais que meu corpo) não existirão após a morte física. Gosto muito de estudar os textos de Thich Nhat Hanh, me identifico muito com a essência de seus ensinamentos, mas tenho esta dificuldade. Espero um dia deixar de tentar entender com a inteligência e compreender com a alma e coração.

sangavirtual disse...

Thich Nhat Hanh diz que continuamos com nosso Karma. Karma é uma daquelas palavras mal compreendidas no ocidente. Frequentemente é entendida como destino mas não é isso. Karma significa ação, portanto nosso karma é constituído dos nosso pensamentos, do que falamos e de nossas ações do corpo. É isso que continua sempre.

Amanhã nossa mente, corpo e ambiente serão o resultado acumulado de nossos pensamentos, palavras e ações. Quando esse corpo se desintegrar continuaremos através do nosso karma (pensamentos, palavras e ações). O impacto do nosso karma vai muito além do período em que esse corpo físico se manifesta. Continua em tudo ao nosso redor.

Espero ter ajudado.

Anônimo disse...

Então nosso karma continuará refletindo no mundo mas não teremos consciência disso da forma que temos hoje. Seria isso?
Rose

sangavirtual disse...

Rose,

A melhor resposta para essa pergunta seria, não sei. Qualquer resposta seria mera especulação filosófica.

O que podemos comprovar com nossa experiência é que estamos em permanente transformação e por isso não há algo sólido como um eu imutável. A cada instante morremos e renascemos de uma forma diferente. Podemos ver isso com nossos filhos. Se observar uma criança com 1 ano e depois crescida com 5 anos percebemos que são muito diferentes apesar de também serem a mesma. Temos que transcender o conceito de igual e diferente para tentar tocar essa verdade. Com 43 anos somos a mesma pessoa de quando tínhamos 5 anos? Ou diferente? Nem igual nem diferente. A consciência é completamente diferente e percebemos de forma diferente as coisas. O corpo é diferente, as percepções, a consciência, tudo mudou.

Posso experimentar também que percebo meu avô que já faleceu em mim, muito fortemente. Não só fisicamente como em muitos comportamentos. Parte de minha consciência continua a consciência dele. Vejo as coisas de maneira similar, reajo de maneira similar. Sou em parte uma continuação dele. Isso eu posso afirmar porque experimento fortemente. O corpo dele se desintegrou, continuou de outra forma. Um belo dia nascerá como uma flor. A consciência dele continua nos muitos que ele teve contato, nos seus descendentes e naqueles que sofreram o impacto de suas ações.