terça-feira, dezembro 28, 2010

A Paz é o Caminho...

Não há um caminho para a paz. A paz é o caminho.
Não há um caminho para a liberdade. A liberdade é o caminho.
Não há um caminho para a felicidade. A felicidade é o caminho.

A paz está no aqui e agora. A paz é o caminho.
Em cada respiração, em cada passo, a paz é o caminho.
Quando eu acordo, está bem ali esperando. A paz é o caminho.
Sorrindo, dizendo, "Pegue minha mão." A paz é o caminho.
"Não me procure no futuro. Você pode me ter exatamente agora, bem aqui."

Eu quero cantar sobre felicidade. A felicidade é o caminho.
Não espere pelo amanhã, criança. A felicidade é hoje.
Felicidade para mim e para você. A felicidade está brilhando através,
brilhando através das nuvens do esquecimento.
Abra as nuvens, e deixe que a felicidade venha.
Você sabe que ela quer, então não fique no caminho.
Deixe a felicidade presente hoje.

Não há um caminho para a paz. A paz é o caminho.
Não há um caminho para a liberdade. A liberdade é o caminho.
Não há um caminho para a felicidade. A felicidade é o caminho.

Não tem que ir para o céu, agora. Não tem que ir a Terra Pura.
Não tem que ligar a tv, agora. Não tem que ir ver um filme.
Escute aqui, ouça agora: tudo que você tem a fazer é inspirar e expirar,
desfrutar da sua inspiração, desfrutar da sua expiração ... e sorrir.
Sinta seus pulmões. Sinta seu corpo inteiro. Você está vivo, o que é uma bênção!
Não precisa ir às Bahamas. Não precisa tirar férias.
Não precisa comprar um carro novo, agora. Não precisa de um novo parceiro.
Você pode encontrar a felicidade no momento presente.
Se você sair por aí procurando, você só pode perdê-la.
Se você sair por aí procurando, você só pode perdê-la porque ela está aqui para você.
Então pare. Ponha a mão no bolso.
Basta parar. Ponha a mão no bolso.
A felicidade está aqui. A paz é agora. A liberdade é um direito em suas mãos, pois ...

Não há um caminho para a paz. A paz é o caminho.
Não há um caminho para a liberdade. A liberdade é o caminho.
Não há um caminho para a felicidade. A felicidade é o caminho.

Sinta as solas dos seus pés.
Tudo que você tem a fazer é tocar a terra com todo o seu ser.
Primeiro o pé direito, então o esquerdo. Beije a Mãe Terra. (Yeah)
Beije-a com os pés. Aproveite o seu suporte. Sua força sólida sob você.
Ela está lá para você, agora, sempre te amando.
Eu disse, isto é a paz bem aí. Você não tem nenhum outro lugar.
Inspirando, você dá um passo. Expirando, você dá outro passo, gostando de estar vivo. Sinta a brisa, agora. Sinta a luz do sol.
É tão simples e é gratuito. A paz está aqui para você e para mim.
Por favor, acredite. Você pode tocá-la. Juntos, nós podemos torná-la realidade.

Não há um caminho para a paz. A paz é o caminho.
Não há um caminho para a liberdade. A liberdade é o caminho.
Não há um caminho para a felicidade. A felicidade é o caminho.

E juntos nós podemos torná-la realidade. Então ...
bata palmas e bata os pés.
Celebre a paz, a liberdade e a felicidade para todos nós, aqui e agora.
Dance ao ritmo da paz.
Cante com a melodia da liberdade.
Ria, oh, ria, ria ao abraçar a felicidade.

Não precisa negar a sua dor e seu sofrimento.
Só não faça isso parte integral da sua casa do amanhã.
Porque a maioria gasta muito tempo vendo o que está errado,
e não nos damos conta que tudo o que precisamos,
já temos.
E há sempre muito mais coisas dando certo do que errado.
No nosso jardim existem muitas árvores em flor.
No entanto, optamos por sentar e chorar ao pé de uma que está morrendo.
Então, se você correr ao redor procurando, você só pode perdê-la.
Se você correr por aí procurando, você só pode perdê-la.
Então, ponha a mão em seu bolso. Você vai encontrá-la onde ela sempre esteve.
É isso mesmo a felicidade no seu bolso, ao espalhar o seu sorriso,
no relaxamento de seus ombros, na sua respiração consciente. Isso é tudo o que precisa, porque...

Não há um caminho para a paz. A paz é o caminho.
Não há um caminho para a liberdade. A liberdade é o caminho.
Não há um caminho para a felicidade. A felicidade é o caminho.

Não há caminho para a paz. A paz é o caminho.
Liberdade e felicidade, elas são o nosso hoje.
A paz é o caminho. Liberdade e felicidade são o caminho.
A paz é o caminho, a liberdade e a felicidade são o caminho.
Porque não há caminho para a paz. A paz é o caminho.
Não há nenhuma maneira, jeito nenhum para a felicidade. A felicidade é o caminho, o caminho hoje.
Não olhe para a liberdade no futuro. Liberdade é hoje.
Apreciá-la, irmão, agora. Desfrute, irmã, irmã.
Juntos, nós podemos torná-la realidade. Juntos, nós podemos torná-la realidade, agora.
Juntos, podemos fazer isso se tornar verdade ... eu e você, em realidade, realidade.




There is no way to peace. Peace is the way.
There is no way to freedom. Freedom is the way.
There is no way to happiness. Happiness is the way.

Peace is in the here and now. Peace is the way.
In every breath, in every step, peace is the way.
When I wake up, it’s right there waiting. Peace is the way.
Smiling, saying, “Take my hand.” Peace is the way.
“Don’t look for me in the future. You can have me right now, right now.”

Chorus

I wanna sing about happiness. Happiness is the way.
Don’t wait for tomorrow, children. Happiness is today.
Happiness for me and you. Happiness is shining right through,
shining right through the clouds of forgetfulness.
Open up them clouds, and let that happiness come through.
You know it wants to, so don’t stand in the way. (hey, hey)
Let happiness be today.

Chorus

Don’t have to go to heaven, now. Don’t have to go the Pure Land.
Don’t have to turn on the tv, now. Don’t have to go see a movie.
Listen here, listen now: all you have to do is breathe in and breathe out,
enjoy your in-breath, enjoy your out-breath… and smile.
Feel your lungs. Feel your whole body. You are alive, what a blessing!
Don’t need to go the Bahamas. Don’t need to take a vacation.
Don’t need to get a new car, now. Don’t need a new partner.
You can find happiness in the present moment.
If you go around lookin’, you just might lose it (ah-hah)
If you go around searchin’, you just might lose it ‘cause it’s right here for you.
So just stop. Put your hand in your pocket.
Just stop. Put your hand in your pocket.
Happiness is right here. Peace is right now. Freedom is right in your hands, ‘cause…

Chorus

Feel the soles of your feet. (2x)
All you have to do is touch the Earth (oh) with all your being.
First the right one, then the left one. Kiss Mother Earth. (yeah)
Kiss her with your feet. Enjoy her support. Her solid strength under you.
She’s there for you, now, always loving you (yeah).
I said, that is peace right there. You don’t have to anywhere else.
Breathing in, you take one step. Breathing out, you take another, enjoying being alive. Feel the breeze, now. Feel the sunshine.
It’s so simple, and it’s free. Peace is here for you and me.
Please believe it. You can touch it. Together, we can make it come true.

Chorus
And together we can make it come true. So…
clap your hands and stomp your feet, hm-mm-mm-yeah (2x)
Celebrate peace, freedom, and happiness for all of us, right here and now.
Dance to the rhythm of peace, downt-downt-downt.
Sing to the tune of freedom, downt-da-downt.
Laugh, oh, laugh, laugh in the embrace of happiness, mm-mm-mm.

Don’t need to deny your pain and your sorrow.
Just don’t build it into your house of tomorrow.
‘Cause most of spend too much time seeing what’s wrong,
and we don’t realize (oh, no) that everything we need,
we already have it (yeah, we do).
And there’s always far more going right than there is going wrong.
In our garden, there are many trees in blossom.
Yet, we choose to sit and cry at the foot of one that’s dyin’.
So, if you run around searchin’, you just might lose it (oh).
If you run around searchin’, you just might lose it.
So, put your hand in your pocket. You’ll find it where it’s always been.
That’s happiness right in your pocket, in the spreading of your smile,
the relaxing of your shoulders, your breathing in awareness. That’s all it takes, ‘cause

Chorus
Yeah, mm-mm-mm.

There is no way to peace. Peace is the way.
Freedom and happiness, they are ours today.
Peace is the way. Freedom and happiness are the way (yeah).
Peace is the way (yeah, yeah) and freedom and happiness are the way.
‘Cause there is no way to peace. Peace is the way.
There is no way, no way to happiness. Happiness is the way, the way today.
Don’t look for freedom in the future. Freedom is today.
Enjoy it, Brother, now. Live it up, Sister, Sister.
Together, we can make it come true. Together, we can make it come true, now.
Together, we can make it come true… me and you, come true, come true.


Para ouvir a música clique aqui .

quarta-feira, dezembro 15, 2010

Resolução de Ano Novo

Nessa última mensagem de 2010 apresentamos um texto (clique aqui) retirado de uma palestra de Dharma no Ano Novo 2006 onde o Thay propõe uma resolução de final de ano.

Thich Nhat Hanh propõe: "Eu decido que no próximo ano, começando amanhã, eu irei aprender a produzir pensamentos positivos e praticar o pensamento correto. Eu quero que meu pensamento vá na direção do entendimento e da compaixão. Mesmo que a pessoa na minha frente não esteja feliz, que esteja agindo e falando a partir de uma base de sofrimento, eu ainda sou capaz de produzir pensamentos na linha do pensamento correto."

Quando você está totalmente presente no aqui e no agora, e observa seus pensamentos, sentimentos e emoções, você reconhece que eles são pensamentos, sentimentos e emoções; eles não são a realidade. Você não é absorvido por eles. Você mantém sua liberdade, e isso é muito importante. Mesmo se um pensamento negativo surgir, você está totalmente presente no aqui e no agora. Se você se lembrar que seu pensamento é apenas um pensamento, isso permitirá que sua sabedoria, sua compaixão seja acionada para ajudar você. Isso o manterá livre.

Nesse final de ano onde as energias se renovam e buscamos uma renovação para o ano seguinte, o texto (clique aqui) apresenta uma mensagem que mostra uma possibilidade para você. Se possível divida seu insight e suas dúvidas sobre o texto em nosso blog.

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Feliz 2011!

terça-feira, dezembro 14, 2010

Quem tem ouvidos, ouça

Eu lembro que uma vez ofereci um retiro perto de Washington e muitas freiras católicas participaram. No último dia a Madre Superiora disse:

- Thay, tudo que tem sido compartilhado é maravilhoso. Mas há apenas uma coisa sobre a qual você não falou: Deus.

E eu perguntei para ela:

- Irmã, há algo que eu tenha dito durante este retiro inteiro que não fosse sobre Deus?

Ela riu, ela entendeu.

- Thich Nhat Hanh

quarta-feira, dezembro 08, 2010

Não fique preso a idéias

Muitos de nós ao ler ou ouvir uma palestra que nos inspira acreditamos que aquilo é a verdade suprema e nos agarramos àquela visão ou noção. Ficamos presos a palavras ou idéias e esquecemos que o fundamental é colocá-las na nossa vida, na prática.


Thich Nhat Hanh no texto sugerido desta semana (clique aqui) diz que nunca deveríamos considerar qualquer ensinamento ou ideologia como a verdade absoluta, são apenas meios de ganhar insight. Ensina também que os ensinamentos do Buda não nos são oferecidos como visões ou noções para nos agarrarmos, mas como instrumentos de prática. Se ficarmos presos em visões e noções perderemos os verdadeiros ensinamentos.

Pratique, liberte-se, não fique apenas lendo livros ou assistindo palestras.

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quarta-feira, dezembro 01, 2010

Quarto Treinamento (revisado)

Sugerimos que esse mês de dezembro seja dedicado ao aprimoramento da prática do quarto treinamento de plena consciência. Por isso, essa semana estamos sugerindo a leitura (clique aqui) do texto em anexo onde Thay comenta esse treinamento.

Nunca na história da humanidade tivemos tantos meios de comunicação mas ainda permanecemos como ilhas. Há tão pouca comunicação entre os membros de uma família, entre os indivíduos na sociedade e entre as nações. Sofremos de tantas guerras e conflitos. Certamente não cultivamos a arte da escuta e da fala. Não sabemos como escutar um ao outro. Temos pouca capacidade de manter uma conversa inteligente ou significativa.

O 4o.treinamento busca abrir essa porta universal da comunicação. Quando não podemos nos comunicar, ficamos doentes e, à medida que nossa doença aumenta, sofremos, e nosso sofrimento contagia outras pessoas.

Procure formas de aprimorar o 4o. treinamento (clique aqui) esse mês e escreva seu insight sobre o texto em nosso blog. Se quiser conhecer todos os treinamentos (clique aqui)

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quarta-feira, novembro 24, 2010

O passado e o futuro residem no presente

Quando pensamos sobre o passado, sentimentos ou lamentos ou vergonha podem surgir. Quando pensamos sobre o futuro, sentimentos de desejo ou medo podem vir a tona. Mas todos os sentimentos surgem no momento presente e todos eles afetam o momento presente. A maioria do tempo, seu efeito não contribui para nossa felicidade ou alegria. Temos que aprender como encarar estes sentimentos. A principal coisa que precisamos lembrar é que o passado e o futuro estão ambos no presente e se tomarmos conta do momento presente então também transformaremos o passado e o futuro.

Thich Nhat Hanh no texto selecionado (Clique aqui) ensina que só no momento presente podemos transformar o passado e nos livrar dos lamentos do que fizemos. Também no presente é possível transformar o futuro nos livrando das ansiedades e temores.

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quarta-feira, novembro 17, 2010

Segundo, Terceiro e Quinto Mantras

Você sabe o que é um mantra? Com certeza já ouviu muito essa palavra por aí mas será que você conhece realmente seu significado? Mantra é uma frase, uma fórmula, que pode ser pronunciada em qualquer língua. Não precisa ser sânscrito ou tibetano. Essa frase deve ser uma prática, ou algo com significado e ela pode ter poder, mas seu segredo é que deve ser pronunciada com toda plena consciência. Sem plena consciência não terá efeito nenhum. O poder do mantra é sobre você mesmo.

Thich Nhat Hanh ao longo de sua vida desenvolveu cinco mantras. No texto dessa semana ( clique aqui ) ele nos ensina o segundo, o terceiro e o quinto mantras. No segundo mantra "Querida, eu sei que você está presente e eu estou muito feliz", reconhecemos a pessoa amada como existente, presente.

O terceiro mantra é "Querida sei que você sofre e é por isso que estou aqui". Nessa prática damos nossa presença, que é o que temos de mais valioso, para aqueles que amamos quando reconhecemos o sofrimento neles. No quinto mantra:"Este é um momento de felicidade", reconhecemos a felicidade como presente. Estamos presentes naquele momento e percebemos que é um momento único, um momento feliz.

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sábado, novembro 13, 2010

Vídeo - Cheguei

Veja no link abaixo clipe para a música "Cheguei". Essa música é um Gatha para praticarmos meditação caminhando, ou para qualquer outro momento onde nos sentimos desconectados, perdidos no futuro ou no passado.

Ao repetirmos a letra podemos nos lembrar de chegar no aqui e agora que é nossa verdadeira casa. O único momento que podemos viver. Nesse momento podemos ficar seguros e ao viver intensamente o momento presente podemos nos libertar das ansiedades do futuro e dos lamentos do passado.

Desfrute.


http://www.youtube.com/watch?v=6SK1gIXExK0

quinta-feira, novembro 11, 2010

Cultivando a semente da prática

Sugerimos que você estude a palestra de Dharma (clique aqui) compartilhada pelo irmão Phap Hai, um professor de Dharma Sênior da tradição de Plum Village (Thich Nhat Hanh).

Phap Hai chama os praticantes espirituais de "cultivadores", cultivadores das sementes que nós temos em nossa consciência, criando condições que permitam que as sementes positivas venham adiante. Em vez de ser uma prática de trabalho duro, através do cultivo da plena consciência nós permitimos que nossa sabedoria inata floresça, no seu próprio tempo e modo.

Através da comparação com a fábula da busca dos cavaleiros do Rei Arthur pelo Santo Graal, ele mostra que o cultivo nos guia através da busca pelo nosso Graal, nossa aspiração mais profunda. Ele nos conduz pela fábula, misturadas com histórias do Buda e ensinando em profundidade.

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segunda-feira, novembro 08, 2010

Plantando sementes de paz no Oriente Médio

Nos últimos anos, Thich Nhat Hanh sugeriu mais de uma vez que palestinos e judeus sentassem juntos em meditação e que praticassem a escuta profunda e o compartilhar do sofrimento de cada grupo. A sugestão de Thay plantou as sementes de um sonho.

Alguns anos atrás, alguns praticantes israelenses começaram o processo de realizar este sonho que tinham em seus corações há muito tempo. Separadamente, estas pessoas sonharam o mesmo sonho, e as condições estavam perfeitas para se encontrarem, trocarem idéias e tornar isso uma realidade. Este sonho era trazer um grupo de judeus e palestinos juntos a Plum Village. Agora que este grupo está aqui por duas semanas, Thay nos pediu para dividirmos esta experiência com você.

Por um período de duas semanas, tivemos encontros – quase diários – presenciados por um grupo misto de cerca de quinze palestinos e judeus, e apoiado por monges e monjas, incluíndo a irmã Chan Khong, irmã Annabel e outros.

Os encontros geralmente duravam duas horas, às vezes mais. O compartilhamento era em inglês, hebraico e árabe, dependendo de quem estava falando, com tradução sempre presente. O ritmo e o formato do processo eram guiados pelos monges e monjas, sob coordenação de Thay. Todos os encontros foram gravados.

Durante os primeiros encontros os membros do grupo foram encorajados a focar no aprofundamento de sua prática pessoal e nutrir sua própria base de estabilidade, junto com o resto da comunidade internacional de Plum Village. Comíamos, andávamos e praticávamos juntos em plena consciência.

Depois de alguns dias nutrindo nossa paz interior – acalmando nossos corpos e mentes – o processo de escuta profunda começou com uma sessão com a irmã Chan Khong. As pessoas no grupo compartilharam sentimentos de desespero e raiva e pediram orientação em como usar a prática de lidar com seus sentimentos. A irmã Chan Khong compartilhou sua experiência em lidar com sua própria raiva e desespero e como achou a sua paz interior e claridade durante a Guerra do Vietnã.

Uma noite, praticamos meditação caminhando juntos na floresta em Lower Hamlet onde nos juntamos na prática de “Começar de Novo” com a irmã Jina e “regamos as flores” uns dos outros. No dia seguinte começamos uma série de encontros nos quais praticamos o compartilhar e o escutar profundo. No decorrer dos encontros, cada pessoa teve a oportunidade de falar em plena consciência e dividir sua história pessoal. Nossas histórias eram frequentemente intercaladas com o sofrimento de nossos ancestrais e daqueles da nossa comunidade atual.

O sino de plena atenção era convidado entre cada compartilhar, assim como quando o compartilhar se tornava muito emocional. Isto nos ajudou a retornar para nós mesmos e ficarmos centrados.

Os palestinos falaram sobre suas dificuldades como árabes-israelenses, a discriminação em Israel, e seu status inferior em relação aos judeus, o governo israelense e a polícia. Eles falaram sobre seus medos de serem removidos de suas casas porque são uma minoria no estado judeu. Eles compartilharam suas experiências de discriminação pelo governo que não permite que eles construam casas nas suas vilas ou desenvolvam suas terras. Eles falaram sobre a terra que foi expropriada e dada aos judeus.

Os palestinos que vivem em Gaza e na Cisjordânia falaram sobre o stress que está presente desde a primeira intifada em 1987, o tratamento humilhante que eles recebem do exército israelense, as condições difíceis sob as quais eles vivem e sua pobreza. Eles compartilharam sobre a deportação de muitos palestinos que viviam nas vilas e cidades árabes durante a guerra de 1948 e sobre serem espalhados pelo mundo, removidos, indesejados e ficarem sem lar. Eles falaram sobre o ódio por esses judeus que tomaram suas casas.

Os membros judeus compartilharam suas dificuldades na luta para proteger um estado cercado de inimigos, sobre seu grande medo dos outros que querem destruí-los, sobre a dificuldade de diferenciar os cidadãos palestinos e os vizinhos árabes que são considerados inimigos, e sobre a vida sob a sombra de medo constante: medo de ataques terroristas nas ruas ou em ônibus, e o medo de futuras guerras. Como resultado deste medo, há muita violência e comunicação agressiva. Os membros judeus compartilharam que a sociedade israelense é deficiente mental e sofre de desconexão consigo mesma. Ela também sofre de apatia e falta de entendimento pelo outro lado. Eles compartilharam que muitos israelenses querem paz e não guerra, mas eles não acreditam nas intenções dos palestinos.

Os membros judeus compartilharam sobre o Holocausto e o genocídio de seu povo na Europa pelos nazistas, um trauma que é impresso em cada alma judia e que afeta seu comportamento. Eles também falaram sobre não terem lar no exílio, por dois mil anos.

A principal emoção expressa foi o medo.

Muitos de nós participaram de diálogos israelenses-palestinos no passado, mas o processo em Plum Village foi diferente porque não envolveu nem diálogo nem busca por soluções. Era uma prática de escuta atenciosa, sem comentários e sem julgamentos. E quando compartilhávamos, éramos encorajados a usar fala amorosa.

O sentimento de segurança oferecido em Plum Village e a presença dos mestres criaram um espaço seguro para compartilhar e ouvir. Um irmão sábio disse: “Se não transformarmos, vamos transmitir.” Cada um de nós, de sua própria maneira, sofreu uma transformação.

- Membros da Sangha de Israel, 6 de agosto de 2001
(Traduzido por Leonardo Dobbin)

terça-feira, novembro 02, 2010

Cheguei

Cheguei, estou em casa, no aqui, no agora
Cheguei, estou em casa, no aqui, no agora
Estou seguro, estou livre
Estou seguro, estou livre
Finalmente, vivo!

Versão em Mp3 (Clique aqui)
Voz: Gisele Tigre
Violão:Oriana Brás
Mixagem: Filipe Coury
Produção: ©Sangha Viver Consciente 2010



Primeiro Mantra

Você sabe o que é um mantra? Com certeza já ouviu muito essa palavra por aí mas será que você conhece realmente seu significado? Mantra é uma frase, uma fórmula, que pode ser pronunciada em qualquer língua. Não precisa ser sânscrito ou tibetano. Essa frase deve ser uma prática, ou algo com significado e ela pode ter poder, mas seu segredo é que deve ser pronunciada com toda plena consciência. Sem plena consciência não terá efeito nenhum. O poder do mantra é sobre você mesmo.

Thich Nhat Hanh ao longo de sua vida desenvolveu cinco mantras. No texto dessa semana ( clique aqui ) ele nos ensina o primeiro deles:"Querida, eu estou aqui para você". Eu estou aqui para você significa me ofereço a você como um presente porque tenho frescor, amor e entendimento suficientes. E isso é o que eu tenho de melhor, eu mesmo. O fato é que quando você ama alguém, o melhor presente que você pode dar a ela é sua presença. Mas essa presença tem que ter qualidade. Porque se você estiver com raiva ou violento, sua presença não terá qualidade, não será uma boa oferenda.

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segunda-feira, novembro 01, 2010

Um presente para Thay

Em uma ocasião nós queríamos oferecer para Thay um presente de dia de Ação de Graças. Meu trabalho era encontrar o que ele realmente queria. Enquanto outros estavam desfrutando de um piquenique naquele dia, eu tentei achar uma maneira de chegar perto e perguntar a Thay.

“Querido Thay, o que você mais quer?” Thay olhou para mim e sorriu. “O que eu quero? Thay não gosta em especial de coisa nenhuma.” Eu senti que ele ainda não tinha respondido, portanto perguntei novamente: ”Mas querido Thay, deve haver algo que você goste em especial?” Ele então olhou diretamente para mim. “Há. Thay quer que todos os seus alunos se amem. Amar a Thay significa amar a cada um.” Eu estava tão emocionada que fiquei em silêncio. Thay apenas quer que nós vivamos felizmente juntos.

sexta-feira, outubro 29, 2010

Não vindo, nem indo

Não vindo, nem indo;
Nem antes, nem depois.
Tenho você junto a mim,
Deixo você ir para que seja livre.
Porque estou em você, e você está em mim.
Porque estou em você, e você está em mim


Versão em Mp3 (Clique aqui)
Voz: Gisele Tigre
Violão:Oriana Brás
Mixagem: Filipe Coury
Produção: ©Sangha Viver Consciente 2010


quarta-feira, outubro 27, 2010

Músicas de Plena Consciência

A Sangha Viver Consciente gravou algumas músicas de Plum Village que têm versão em português. Publicaremos essas músicas aos poucos para você desfrutar e praticar. Abaixo a música mais cantada e com versões em inúmeras línguas: Inspirando, Expirando.

Inspirando, Expirando

Inspirando, expirando
Eu floresço num jardim
Sou suave como o orvalho
Sou tão sólido quanto a montanha
E sou firme como a terra
Eu sou livre

Inspirando, expirando, inspirando, expirando
Sou espelho como a água
que reflete a realidade
E eu sinto que há espaço
bem dentro de mim
Eu sou livre, eu sou livre, eu sou livre


Versão em Mp3 (Clique aqui)
Voz: Gisele Tigre
Violão:Oriana Brás
Mixagem: Filipe Cury
Produção: ©Sangha Viver Consciente 2010



quinta-feira, outubro 21, 2010

O que fazer quando ficamos com raiva?

Quando menos esperamos a raiva pode nos subjugar. Nossa mente se estreita, nossa paciência vai embora e o que pensamos ser a causa da nossa raiva é atacada por pensamentos, palavras ou até ações. Muitos hormônios nocivos são lançados na nossa corrente sanguínea , nossos batimentos cardíacos sobem e perdemos temporariamente a lucidez. A beleza do mundo some e nossa mente passa a andar em círculos, presa, sem liberdade. O que fazer quando isso acontece?

Thich Nhat Hanh responde a esta pergunta no texto sugerido desta semana ( clique aqui ). Ele nos ensina que o modo mais sábio é reconhecê-la, permitir que exista, e abraçá-la ternamente. Nunca reprimi-la. Você a abraça ternamente com a energia de plena atenção. O Buda recomendou enquanto estivermos bravos nós não digamos ou façamos qualquer coisa, porque isso é perigoso. Após abraçar a raiva é muito importante praticar o olhar em profundidade nas raízes de nossa raiva.

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quarta-feira, outubro 20, 2010

Experimentando a Medicina Zen (por Erica Hamilton)

Em dezembro de 1997, eu era aluna de pós-graduação no programa de psicologia comunitária da Georgia State University. Ao final do primeiro semestre, fiquei muito doente e tive que passar todas as três semanas das férias de inverno na cama. Precisava ir ao banheiro mais de 15 vezes por dia e defecava sangue. Tinha febre todos os dias. Foi então que os médicos me diagnosticaram pela primeira vez com doença inflamatória intestinal. Naquela época, disseram-me que eu tinha colite ulcerativa, mas depois mudaram o diagnóstico para doença de Crohn.

Corticóides, que inibem o sistema imunológico, e “Asacol,” um remédio para tratar DII, contribuíram para a remissão temporária dos sintomas – mas esses corticóides tinham uma desvantagem: deixavam-me agitada. Com esses remédios, eu ficava “ligada” vinte e quatro horas por dia. Minha mente não parava nunca e era difícil adormecer ou ter uma boa noite de sono.

No início de 1998, a doença voltou, atacou meu intestino durante vários meses e depois cedeu por mais alguns meses. Depois voltou novamente, aquietou-se de novo, em um ciclo interminável. Naquela época, os médicos só identificaram a doença em meu colo sigmóide e o uso de corticóides foi eficaz, permitindo a remissão da doença. Em cada episódio, eu passava meses alimentando-me de uma dieta insossa, consumindo alimentos simples, que raramente incluíam vegetais, frutas, frutas secas, feijões ou sementes. Minha dieta básica consistia de arroz, massas, ovos, tofu, peixe e bananas. Era comum eu acordar com a sensação de ter que ir correndo ao banheiro, ainda de madrugada. Sentia dor e urgência intestinal, dia e noite.

Os ciclos continuavam – alguns meses sentindo-me mal, perdendo peso, seguidos por alguns meses de recuperação e ganho de peso – durante vários anos. Na verdade, eu diria que terminei minha tese de mestrado graças à terapia com corticóides, pois os medicamentos me davam insônia e me permitiam trabalhar até tarde da noite para terminar o trabalho!

Alguns meses após defender minha tese de mestrado, em novembro de 1999, admiti que a pós-graduação era estressante demais para mim e que eu precisava dar um tempo. Naquela época, meu namorado era francês, e decidi mudar-me com ele para a França. Uma semana após nossa chegada, a doença surgiu novamente durante uma viagem à Tunísia, no norte da África. Quando voltamos para a França, um médico francês confirmou que eu passara por um episódio de colite ulcerativa e voltei ao tratamento com corticóides. Como esses medicamentos costumam agir rapidamente, em poucas semanas comecei a me sentir melhor – só que, dessa vez, o tratamento não parecia estar ajudando muito...

Minha irmã, Liza, estava morando em Bruxelas. Visitei-a algumas vezes e, em uma dessas ocasiões, ela me disse: “Colite ulcerativa é um nome horrível. Temos que dar outro nome para a sua doença… Algo como “Kitten Snickers.” O nome pegou. Amigos e parentes passaram a chamar minha doença de “Kitten Snickers”.

Minha vida na França se resumia a repouso, yoga, emails e, de vez em quando, uma saída para ir ao correio ou a alguma loja, se eu tivesse energia para sair de casa. Foi uma fase muito difícil - não sabia se conseguiria melhorar e a maioria dos meus parentes e amigos morava muito longe. Sentia-me sozinha e assustada. Todos os dias eu sofria dos mesmos sintomas, alimentava-me da mesma dieta insossa. A cada dia, o estresse sentido pelo meu namorado e sua família aumentava. Estavam visivelmente preocupados com o fato de eu não me recuperar.

No começo de abril de 2000, decidi que uma semana de meditação poderia ajudar minha saúde e ser algo bom para minha irmã também. Assim, Liza e eu partimos para o sul em direção a Plum Village, o monastério e centro de práticas budistas onde Thich Nhat Hanh, mestre zen-vietnamita, vive e transmite seus ensinamentos. Plum Village está rodeada por vinhedos e montanhas, no esplêndido interior da França, a leste de Bordeaux.

Ao chegar a Plum Village, senti imediatamente uma onda de paz. Senti o apoio e a harmonia das monjas de Lower Hamlet. Eram receptivas e calmas. Lembro-me de ver o pôr do sol sentada em algumas pedras, de frente para o pomar. Pensei, “Quanta felicidade — os pássaros, animais e árvores parecem adorar este lugar!”

Honestamente, tinha receio de não tolerar Plum Village. Não sabia se conseguiria me concentrar e passar tanto tempo meditando, todos os dias. Inicialmente, foi um choque cultural. Sempre que o sino soava, ou o telefone ou o relógio de parede tocava, todo mundo em Plum Village parava o que estava fazendo e, em plena consciência, observava três respirações. Liza e eu precisamos de alguns dias para nos acostumarmos a parar e observar nossa respiração ao ouvirmos o sino soar. No começo, também tivemos dificuldade em seguir a programação dos monásticos. Acordávamos às 5 da manhã, praticávamos meditação sentada às 5:30, tomávamos café da manhã às 7:30, fazíamos meditação do trabalho às 8:30, praticávamos meditação caminhando às 11:00, almoçávamos ao meio-dia, sentávamos novamente para meditar às 17:30 e jantávamos às 18:30. O Nobre Silêncio começava às 21:30 e continuava até o final do café da manhã do dia seguinte. Durante o Nobre Silêncio, ninguém podia falar nada – o que não era nada fácil nem para Liza, nem para mim, principalmente com nossa herança ítalo-judaica. Algumas vezes também nos vimos forçadas a driblar ataques de risos incontroláveis!

Não achei que saberia lidar com o rigor da programação diária e com minha doença ao mesmo tempo, mas comecei a me sentir melhor com o passar dos dias. Meu rosto ficou mais corado e os sintomas começaram a desaparecer. Fui me sentindo mais à vontade simplesmente ao acompanhar minha respiração. Como podia ser tão simples e, ao mesmo tempo, ajudar tanto? Eu me sentia segura ao fazer parte de um corpo maior, a “Sangha,” uma comunidade de pessoas praticando a plena consciência. Liza e eu decidimos que uma semana não seria suficiente, então ficamos mais uma semana. Depois, acabei decidindo ficar mais tempo e, com o consentimento da comunidade de Plum Village, fiquei por um total de quase seis semanas.

Em Plum Village aprendi a saborear minha comida e a me alimentar com plena consciência. As refeições eram feitas em silêncio nos primeiros 15 minutos para que todos pudessem se concentrar totalmente na comida. Recitávamos as cinco contemplações antes de cada refeição:
“Este alimento é presente de todo o Universo: ele veio da terra, do céu, de numerosos seres vivos e de muito trabalho árduo.
Que possamos comê-lo em plena consciência e com gratidão, a fim de sermos dignos de recebê-lo.
Que possamos reconhecer e transformar nossas formações mentais não saudáveis, principalmente a ganância, e aprendermos a comer com moderação.
Que possamos manter nossa compaixão viva através de uma alimentação que alivie o sofrimento dos seres vivos, preserve nosso planeta e reverta o processo de aquecimento global.
Aceitamos este alimento para que possamos nutrir nossa irmandade, fortalecer nossa Sangha, e cultivar nosso ideal de servir a todos os seres.”

Antes de começar a comer, tentava identificar a origem dos alimentos que estavam no meu prato: se houvesse pão, por exemplo, pensava nos campos de trigo balançando ao vento, sob o brilho do sol. Se fossem ovos, pensava nas galinhas, seus ninhos e sua comida. Via a chuva, a luz do sol e o solo em cada bocadinho de comida.

O modo como as monjas de Plum Village praticavam a alimentação me ajudava a manter a plena consciência durante as refeições. Elas perceberam que eu não me servia de vários dos alimentos oferecidos nas refeições e me perguntavam, “Por que você não pode comer legumes ou verduras?”
“Meu sistema não aguentaria,” explicava. “Só posso comer alimentos mais simples.”
Certo dia, uma das monjas descobriu que eu podia comer banana. A partir de então, sempre que eu encontrava uma monja, acabava ganhando uma banana. Várias monjas chegaram a “quebrar” o Nobre Silêncio para me perguntar se eu queria mais uma banana. Em 24 horas, cheguei a ganhar seis bananas das monjas. A compaixão delas aqueceu meu coração.

Um dia, cometi o erro de me sentar à mesa das monjas. Vi uma senhora alemã sentada à mesa, então fui lá e me sentei também. Uma das monjas superiores sussurrou ao meu ouvido que aquela mesa estava reservada apenas para monjas. E, em seguida, outra monja superiora disse, “Tudo bem, quem sabe ela vira monja um dia.”
Após o almoço, essa monja veio atrás de mim e disse, “Erica, fique de olho no seu cabelo.”
“De olho no meu cabelo?”, perguntei.
“Isso mesmo, se você começar a sentar muito com as monjas, poderá ficar sem cabelo!” Ela se referia à tradição monástica de raspar a cabeça. Depois ela começou a rir, dizendo, “Só estava brincando com você!”
A amorosidade e o carinho dos monásticos e dos leigos em Plum Village foi, com certeza, responsável por parte do meu processo de cura. Sentia mais energia e mais alegria.

Liza também foi parte integrante do meu processo de cura. Ela sabia que eu completaria 27 anos em poucas semanas, no dia 18 de maio. Um dia, depois dos primeiros 15 minutos de silêncio no jantar, ela me perguntou, “Erica, o que você quer de aniversário?”
“Quero comer legumes,” respondi. “Só isso.”
Uma das monjas, a Irmã Tenzin, ouvir minha resposta e, de tempos em tempos, me perguntava “Será que daqui a pouco você poderá comer legumes?”
“Acho que sim,” eu respondia. E torcia para que fosse verdade. Sentia falta de legumes.

Na primeira vez que comi uma cenoura cozida em Plum Village, senti-me no paraíso. Foi o primeiro legume que comi em meses e tive muito cuidado, experimentando apenas um pedacinho. Estava embebido no saboroso caldo preparado pelas monjas com especiarias vietnamitas. Senti uma explosão de sabores na boca – uau! Que sensação incrível! Meus sentidos estavam altamente aguçados com tanta meditação e eu conseguia me concentrar totalmente naquela cenourinha. Desfrutei a textura e o sabor de cada uma das especiarias. Simplesmente derreteu em minha boca.

Comecei a me sentir cada vez melhor e passei a consumir mais legumes e frutas. Em 18 de maio, consegui comer legumes e até chocolate. Espalhei minha alegria oferecendo pedacinhos de chocolate a muitas pessoas em Plum Village. Foi absolutamente delicioso sentir sabores dos quais havia me privado por tanto tempo. Eu tinha recuperado minha saúde e percebi que chegara a hora de voltar aos Estados Unidos e procurar trabalho em uma organização sem fins lucrativos... (continua em outro post).

N.T. Mais de dez anos se passaram deste então. Atualmente, Erica Hamilton vive na Suécia. É membro ativo da Ordem Interser e, além da vida acadêmica, trabalha com aconselhamento voltado ao bem-estar. Está saudável e muito feliz.

-Traduzido por Denise Kato

quarta-feira, outubro 13, 2010

Ensinamentos sobre não-eu

Para muitos o ensinamento sobre não-eu do budismo é algo muito abstrato. Outros conseguem compreendê-lo na teoria mas não sabem como aplicar essa compreensão no dia a dia. O ensinamento sobre o não eu fala da interdependência de todas as coisas no universo. Nos mostra que para existirmos tudo mais tem que existir. Ele quebra com nossa noção de isolamento, de autonomia. Não só dependemos de tudo que existe nesse momento como de todos os nossos antepassados humanos, animais, vegetais e minerais

Thich Nhat Hanh no texto sugerido desta semana (clique aqui) nos ensina que olhando profundamente em nossa verdadeira natureza, vemos que o que chamamos Eu é feito apenas de elementos de não-eu. Assim você é o filho, mas não só é o filho, você é o pai. Se tirarem o pai de vocês mesmos, irão desmoronar. Vocês são a continuação de seu pai, de sua mãe, de seus antepassados. Isso é não-eu. O filho é feito de pai, o pai é feito de filho, e assim por diante. E a prática é que diariamente temos a oportunidade de olhar para as coisas deste modo -- caso contrário vivemos de um modo muito superficial, e não obtemos o coração da vida.

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sábado, outubro 09, 2010

Ontem não é igual a hoje

Quando o olhar da mente é límpido, vemos tudo como realmente é, de modo natural. Mas assim que os olhos se distraem com objetos externos, não vemos mais. Perdemos a capacidade de ver corretamente. Sons e imagens nos atacam, nos arrastam, nos puxam. Coisas que deveríamos ver, não vemos. Coisas que deveríamos ouvir, não ouvimos. Não é assim?

Se escutarmos o rio sem atenção, a água que corre parece ter um ritmo constante e ininterrupto. Entretanto, nenhuma gota d'água passa duas vezes sobre a mesma pedra. Não é nunca a mesma gota que forma o leito do rio ou o murmúrio da correnteza. A imutabilidade é apenas uma ilusão dos olhos e dos ouvidos humanos. Uma vez que tenha passado, a água não corre nunca mais no mesmo ponto do rio.

A vida humana não é diferente. Acreditar que ontem é igual a hoje é resultado de nossa ignorância e insensibilidade. São nossas mentes e nossos olhos deludidos que vêem o passado igual ao presente. Os olhos iluminados vêem claramente a imagem das coisas em eterno movimento e reconhecem que um instante é diferente de qualquer outro.

Shundo Aoyama Roshi

quinta-feira, setembro 30, 2010

A Prática de Descansar

O mundo hoje, depois da globalização e da revolução da informática quase nos impõe que funcionemos 24 horas por dia, 7 dias por semana. Estamos sempre conectados, sempre fazendo alguma coisa, sempre buscando fazer ou obter algo. Um ritmo incessante que só rega nossa ansiedade e não nos permite respirar, parar.

Thich Nhat Hanh esta semana (clique aqui) nos ensina a prática de descansar. Segundo ele é muito importante permitir que nosso corpo e nossas mentes descansem. Nosso corpo pode carregar muitas dores internas, e nossa consciência também pode possuir muitas feridas internas. Eles precisam de cura. A condição básica para toda a cura é poder descansar, mas nós não temos a capacidade de descansar. Temos o hábito de correr, de fazer coisas. Enquanto você correr - correndo a procurar por algo ou correndo para escapar de algo - não tem nenhuma paz.

Leia o texto (clique aqui) e aprenda que a meditação é feita de parar, acalmar-se e olhar profundamente. Pare, descanse e depois divida seu insight em nosso blog.

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quarta-feira, setembro 22, 2010

Uma Bela Continuação

Segundo Thich Nhat Hanh nós não somos, nós nos tornamos. Nós estamos sempre nos tornando alguma coisa diferente. Nunca somos os mesmos em dois instantes seguidos. Nosso corpo, sentimentos, percepções, formações mentais e consciência mudam, eles são impermanentes. Não existe nada em nós que permaneça.

A questão passa a ser: continamos como? De que forma? Continuamos através de nossos pensamentos, palavras e ações. Thich Nhat Hanh nos ensina no texto dessa semana que (clique aqui) quando produzimos um pensamento que está cheio de raiva, medo e desespero, ele tem um efeito imediato em nossa saúde e na saúde do mundo. Pensamentos dolorosos podem ser muito poderosos, afetando nossos corpos, nossas mentes e o mundo. Todo pensamento, palavra e ação carregam a nossa assinatura. Esta é a sua continuação, e esta nunca se perde. É ingênuo pensar que após a desintegração deste corpo não restará coisa alguma. Nossa verdadeira natureza é a natureza que não nasce e não morre. Quando praticamos meditação conseguimos compreender isto.

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As três pessoas

Todos temos três pessoas dentro de nós: um lutador, um monge e um artista. O artista é muito importante. O artista pode trazer frescor, um significado para a vida, alegria. O líder espiritual pode trazer lucidez, calma e visão profunda. E o lutador traz a determinação de ir em frente. Temos que mobilizar todas essas três pessoas dentro de nós e nunca deixar nenhuma delas morrer ou ficar fraca.

-Thich Nhat Hanh

quinta-feira, setembro 16, 2010

Não se perca no futuro

Quantas vezes você se pegou angustiado com a possibilidade que algo aconteça no futuro? Esse sentimento às vezes pode ter sido tão forte que o presente não existia mais. As pessoas, as coisas, tudo ao redor era invisível aos seus olhos e apenas aquela possibilidade futura ocupava toda a sua mente.


Às vezes é o presente que está muito difícil e nos jogamos no futuro com a esperança que talvez amanhã seja melhor. Às vezes nos esquecemos que o futuro é feito do presente e se não cuidarmos do presente não haverá futuro melhor.

No texto dessa semana (clique aqui) Thich Nhat Hanh ensina que se investirmos nossa mente no futuro, não teremos energia mental suficiente para encarar e transformar o presente. Naturalmente temos o direito de fazer planos para o futuro, mas fazer planos não significa ser varrido por sonhos, devaneios. Enquanto estamos fazendo planos, nossos pés devem estar firmemente plantados no presente. Só podemos criar o futuro da matéria prima do presente.

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Dia Mundial Sem Carro

Todo dia 22 de setembro, milhões de pessoas ao redor do mundo comemoram (e praticam) o Dia Mundial Sem Carro. A mobilização é um exercício de reflexão sobre a dependência e o uso (muitas vezes) irracional dos automóveis em nossa sociedade. Afinal de contas, tem gente que não vai até a padaria da esquina sem usar o carro.

A idéia principal do dia é fazer com que as pessoas pensem um pouco sobre o estilo de vida que levam, sobre a possibilidade de diminuírem o uso do carro (em face do trânsito pesado enfrentado nas cidades e dos gases de efeito estufa emitidos), ou mesmo, se possível, em substituí-lo por outro meio de transporte.

Várias prefeituras do Brasil aderiram e nesse dia haverá vagas de estacionamento restritas em vários pontos dessas cidades. No dia 22 de setembro deixe seu carro na garagem e use outro transporte para se locomover. É uma forma de praticar o Quinto Treinamento de Plena Consciência (Consumo Consciente). O planeta agradece.

quarta-feira, setembro 08, 2010

Terceiro Treinamento - Verdadeiro Amor

Nesse mês de Setembro sugerimos que você aprenda maneiras novas de praticar o terceiro treinamento para a mente alerta (clique aqui) que trata do verdadeiro amor, que é composto por a bondade amorosa, a compaixão, a alegria e a inclusão.

Thay ensina que o sentimento de solidão é universal em nossa sociedade. Não existe comunicação entre nós e as outras pessoas, mesmo em família, e o nosso sentimento de solidão nos impele a ter relações sexuais. Acreditamos ingenuamente que ter uma relação sexual vai nos fazer sentir menos sozinhos, mas isto não é verdade. Quando não há comunicação suficiente com a outra pessoa em termos de coração e espírito, uma relação sexual só vai aumentar a distância e destruir ambos. A crença de que ter uma relação sexual vai ajudar a nos sentir menos sozinhos é uma espécie de superstição. Não nos devemos deixar enganar por ela. Na verdade, nos sentiremos mais solitários depois.

"Responsabilidade" é a palavra-chave no terceiro treinamento para a mente alerta. Responsabilidade pela consequência de nossos atos, responsabilidade pelo sofrimento do outro, responsabilidade pelas famílias e pelas crianças. Ao praticarmos a plena atenção podemos trocar a satisfação efêmera e de curto-prazo por algo mais sólido e duradouro. Ao ver na sociedade quanto sofrimento é causado por pessoas que não conseguem controlar sua energia sexual podemos trabalhar nossa atenção para não sermos nós a causar esse sofrimento.

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quinta-feira, agosto 26, 2010

O Dedo não é a Lua

Os ensinamentos do Buda não são uma doutrina ou uma filosofia. Não é o resultado de um pensamento discursivo ou uma conjectura mental como várias filosofias. Pensamento discursivo e conjecturas mentais, segundo o Buda, são como formigas movendo-se lentamente ao redor da borda de uma tigela – nunca vão a lugar nenhum.

O texto sugerido desta semana (clique aqui) retirado do livro de Thich Nhat Hanh sobre a vida do Buda ensina que os ensinamentos do Buda são o resultado da experiência direta. Você pode confirmá-los pela sua própria experiência. O objetivo não é explicar o universo, mas ajudar a te guiar a como a ter uma experiência direta da realidade. Palavras não podem descrever a realidade. Apenas a experiência direta nos habilita a ver a verdadeira face da realidade.

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quarta-feira, agosto 18, 2010

Como criar o hábito da felicidade

Os bons praticantes adquirem a habilidade de produzir felicidade para suas vidas. Parece inacreditável, mas é isso que percebemos nos grandes mestres e praticantes diligentes. Como eles conseguem isso?

No texto desta semana (clique aqui) Thich Nhat Hanh explora um dos métodos ensinados pela tradição budista. São as Três Concentrações: a vacuidade, a insubstancialidade dos sinais e a ausência de objetivos. Nenhuma dessas concentrações são filosofias ou noções que devamos nos aprisionar. São instrumentos para produzir insight, a visão, que tem o poder de nos motivar, transformar, uma importante descoberta que tem o poder de nos trazer felicidade.

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Fotos de Plum Village

Este ano passei uma semana em Plum Village, durante o retiro de verão. Foi uma experiência transformadora, muito pessoal e única. A intensidade da prática e o ambiente de plena atenção nos levam a níveis grandes de plena atenção, tranquilidade e concentração, que geram insights poderosos. Quem já foi sabe de que estou falando. É uma experiência que eu sempre recomendo, e quem acredita que seu caminho de prática espiritual seja através da plena atenção deveria ir pelo menos uma vez e ter essa vivência. Abaixo algumas fotos dessa minha estadia. Basta clicar para ampliar as fotos.






quarta-feira, agosto 11, 2010

Cuidando do Ambientalista

Muitos de nós têm desejos altruístas de melhorar a sociedade tanto no aspecto social, diminuindo as desigualdades e a pobreza, quanto no aspecto ambiental, empreendendo ações de proteção da Terra e de recuperação do meio-ambiente. O que o corre muitas vezes é que por não termos paz interior, nossa ações mesmo buscando os melhores objetivos carregam raiva, desespero e medo.


No texto desta semana (clique aqui) Thich Nhat Hanh ensina que só intelecto não é suficiente para guiar uma vida de ação compassiva. Para influenciar efetivamente o futuro do nosso mundo precisamos ter insight para não sermos mais aprisionados pelas inúmeras situações difíceis. Quando mudamos as nossas vidas diárias – o nosso modo de pensar, falar e agir – mudamos o mundo. Sem paz e felicidade não podemos tomar conta de nós mesmos, de outras espécies, ou do planeta. É por isso que a melhor forma de cuidar do ambiente é cuidando do ambientalista.

Se a raiva diante da injustiça é o que usarmos como a fonte de nossa energia, poderemos fazer algo prejudicial, algo que mais tarde vamos nos arrepender. De acordo com o Budismo, compaixão é a única fonte de energia que é útil e inofensiva. Com compaixão sua energia nasce do insight, não é energia cega.

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quinta-feira, agosto 05, 2010

Os meios são o fim

Em nossa sociedade somos treinados a ser extremamente objetivos, ou seja, devemos chegar ao fim, ao resultado o mais rápido possível. Em função disso muitos de nós simplesmente ignoram a maneira como fazemos as coisas. Estamos tão concentrados em chegar ao fim que esquecemos do caminho, o meio para se chegar lá. Vivemos de fim em fim, e perdemos muito de nossa vida no esquecimento, ou apenas olhando para objetivos.

Thay no texto sugerido (clique aqui) fala que no budismo não há nenhuma distinção entre meios e fins. Ele ensina que cada passo que damos em nosso caminho deveria ser dado com atenção total para que possamos desfrutar daquele momento único e perceber as maravilhas ao nosso redor. Mas há uma energia de hábito que lhe impede de fazer assim. Você está acostumado a correr por acreditar que a felicidade não é possível aqui e agora, a felicidade só é possível no futuro. A energia de hábito nos diz: "rápido, rápido, vá, rápido, rápido, termine logo! O prazo final está próximo!", mas a prática está lhe dizendo o oposto: "não corra, desfrute, o aqui e o agora é a única coisa que você possui, a felicidade não pode ser possível fora do aqui e do agora".

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quarta-feira, julho 21, 2010

Bat Nha, um koan

Bat Nha é o monastério que depois da volta de Thich Nhat Hanh ao Vietnã passou a praticar de acordo com a tradição de Plum Village. O impacto das visitas do Thay ao Vietnã foi tão grande que em pouco tempo 400 jovens já eram monges. Um crescimento muito grande e contínuo. Milhares de dólares foram enviados por doadores internacionais para reformar e ampliar o monastério.


Inesperadamente de junho a setembro do ano passado uma onda de violência se iniciou contra o monastério. Policiais a paisana se passando por populares agrediam monges, quebravam janelas e em seguida o governo deu um ultimato aos monges. Teriam que abandonar o monastério e a prática budista sob pena de serem presos. Os monges deram uma lição de estabilidade, paz e compaixão durante todo o episódio e mesmo sofrendo uma brutal injustiça, não cederam e não reagiram à violência.

Thay no texto sugerido (clique aqui) coloca toda essa questão como um koan. Um koan é um dispositivo de meditação, um tipo especial de charada zen. Os koans são resolvidos não com o intelecto, mas com a prática da consciência plena, concentração e insight. Um koan não consegue ser resolvido através de argumentações intelectuais, lógica ou razão, nem através de debates. Thay nos dá orientações diretas para ajudar na prática da contemplação profunda do caso Bat Nha. A técnica que ele nos mostra pode ser usada para outros koans de nossa vida.

Leia (clique aqui) e depois se quiser divida seus insights sobre Bat Nha em nosso blog.

Para mais informações sobre Bat Nha clique em:


http://www.viverconsciente.com/

http://helpbatnha.org

http://www.hrw.org/

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quarta-feira, julho 14, 2010

Desapego a visões

O quanto você está apegado a sua visão de mundo? Na sua visão quais as condições necessárias para sua felicidade? Um bom salário, uma boa casa, um parceiro que te ame? Como você mede o seu sucesso na vida? O quanto você está aberto a novas maneiras de pensar que desafiem suas crenças mais profundas?

Thich Nhat Hanh no texto selecionado(clique aqui) afirma que todas as visões são visões erradas. As visões não nos deixam ter acesso direto à realidade. Às vezes na sua vida você toma algo como verdade, e fica preso nisso, e por isso você para. Não há como avançar no seu caminho espiritual e continuar a procurar a verdade. Mesmo se a verdade vier e bater na sua porta você se recusará em abrir a porta.

Thay nos mostra que para nossa constante evolução espiritual temos que nos desapegar de nossas visões. Sempre é possível avançar e para isso é preciso abandonar a visão anterior que considerávamos a verdade absoluta.

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quarta-feira, julho 07, 2010

Como experimentar o milagre da vida?

Será que realmente você desfruta do fato de estar vivo? Você tem consciência que estar vivo é um milagre e desperdiçamos muito de nossa vida preso a preocupações e medos, enquanto que o tempo passa? Você já se sentiu pleno, inteiro, totalmente integrado a tudo mais?

Thich Nhat Hanh no texto selecionado(clique aqui) afirma que alegria e felicidade nascem da concentração e não há felicidade sem concentração. Aos poucos você deve se treinar para viver, para ser feliz. Você provavelmente recebeu um diploma para o qual você trabalhou por anos, e você pensou que a felicidade seria possível depois de obtê-lo. Mas isso não era verdade porque depois de obter esse diploma e achar um emprego, você continuou a sofrer.

Você tem que perceber que a felicidade não é algo que você acha no final do caminho. Tem que entender que ela está aqui, agora. A prática da plena consciência não é uma fuga ou uma alienação. Significa entrar vigorosamente na vida com a força gerada pela energia de plena consciência. Sem esta liberdade e concentração, não há felicidade.

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sexta-feira, julho 02, 2010

Perdão e Tentação

Uma das práticas mais libertadoras presente em todas as tradições é o perdão. O perdão nos deixa leves, deixa o passado ir e olhando em profundidade é também uma prática de desapego. É o deixar ir da nossa raiva, ressentimento, ódio. O perdão acaba beneficiando mais quem perdoa do que quem é perdoado.

Thich Nhat Hanh no texto selecionado(clique aqui) comenta os dois últimos versos da oração do Pai Nosso, uma das orações principais do cristianismo. Esses dois versos falam sobre perdão e tentação. Thay olha esses dois versos a partir do ponto de vista de um mestre budista. É bastante enriquecedor, não deixe de ler.

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