quarta-feira, fevereiro 18, 2009

Perguntas e Respostas

O texto sugerido desta semana (clique aqui) transcreve um sessão de perguntas e respostas feitas em um retiro em Vermont, EUA. Nessa sessão os praticantes fazem perguntas diversas para Thay.

As perguntas são: Porque devemos nos alimentar em silêncio durante o retiro? Como praticar quando alguém continuamente rega suas sementes negativas? Sou lésbica e me sinto discriminada pela sociedade. Como lutar para mudar essa situação? Confira as respostas do Thay clicando aqui.

Reflita sobre o texto, e comente em nosso blog.

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domingo, fevereiro 15, 2009

Receber, abraçar e transformar

Um dia o Buda deu a Rahula, um jovem monge, uma palestra de Dharma sobre a capacidade da Terra de receber, abraçar e transformar todos os tipos de elementos. Há quatro grandes elementos: terra, água, fogo e ar. Todos os quatro grandes elementos têm a capacidade de receber, abraçar e transformar. “Rahula”, o Buda disse, “aprenda a ser como a terra. Se as pessoas derramarem leite ou fragrância, depositarem flores ou jóias ou derramarem urina, excremento ou muco na terra, ela os recebe sem discriminação.” Por quê? Porque a terra tem a capacidade de receber, abraçar e transformar. A terra pode receber excrementos e urina porque é imensa. Ela os transforma em flores, grama e árvores. Se você cultivar seu coração de forma que seja aberto, se tornará imenso como a terra e poderá abraçar qualquer um ou qualquer coisa sem sofrimento.

Se você colocar um punhado de sal em uma bacia e agitá-la, a água se torna tão salgada que não se pode beber. Se você coloca esta água em um rio, ele não é afetado porque é imenso. Se seu coração é como o rio, você não sofrerá devido a pequenos problemas. Sofremos porque nossos corações são pequenos e não inclusivos. Nossos corações têm a tendência a excluir e eliminar.

-Thich Nhat Hanh (traduzido do livro "The Path of Emancipation")

quarta-feira, fevereiro 11, 2009

Soltando Nossas Vacas

Existe alguma coisa que você possui que considere fundamental para seu bem estar e felicidade? Um emprego? Dinheiro? Um imóvel? Um relacionamento? Uma ideologia ou filosofia?

Thich Nhat Hanh nos convida a olhar em profundidade (clique aqui) para essas coisas e perceber se elas contribuem realmente para nossa felicidade ou sofrimento. Há muitas coisas que não somos capazes de deixar para trás, que nos prendem. Se você não está feliz por que está preso nelas, deixá-las para trás será fonte de alegria para você. Liberdade é a base de nossa felicidade. Não podemos ser felizes se estamos presos.

Reflita sobre o texto, e comente quais são suas vacas em nosso blog. O que você vai fazer para soltá-las?

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quarta-feira, fevereiro 04, 2009

O Meio de Vida Correto

Sugerimos que você nesse mês de fevereiro leia e reflita sobre o texto (clique aqui) onde Thich Nhat Hanh discute mais uma prática do Caminho Óctuplo, o caminho das práticas que nos liberta do sofrimento: o Meio de Vida Correto.

Para praticar o Meio de Vida Correto, é necessário encontrar uma forma de ganhar a vida que não represente uma transgressão aos ideais de amor e compaixão. A forma pela qual você se sustenta pode ser uma expressão do seu ser mais profundo ou pode ser uma fonte de sofrimento para você e para os outros.

Temos sempre que ter consciência das consequências, imediatas ou remotas, do nosso trabalho. O Meio de Vida Correto não é apenas uma questão de escolha pessoal. Ele representa o nosso carma coletivo.Tudo o que fazemos é parte de nosso esforço de praticar o Meio de Vida Correto. Trata-se de um assunto muito mais amplo do que apenas o meio pelo qual obtemos nossa renda mensal.

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Vídeo do Primeiro Treinamento

Nosso amigo Samuel Cavalcante de Fortaleza fez um vídeo ilustrando o Primeiro Treinamento de Plena Consciência. Vale a pena assistir. Agradeço ao Samuel pelo presente. Quem quiser conferir outras preciosidades dos ensinamentos do Thay pode visitar o blog dele em http://interserblog.blogspot.com/



segunda-feira, fevereiro 02, 2009

As Cinco Consciências no Casamento

Em Plum Village, toda vez que há um casamento, a comunidade inteira celebra a união e leva seu apoio aos noivos. Depois da cerimônia, a cada lua cheia, o casal recita as Cinco Consciências juntos, relembrando que amigos de toda parte apóiam seu relacionamento. Seja a união firmada ou não por lei, ela será mais forte e mais duradoura se tiver sido realizada na presença de uma Sangha - amigos que amam as duas pessoas e as apóiam dentro do espírito da compreensão e do amor.

Antes das duas pessoas se casarem, elas têm que realizar junta a prática da plena consciência e, tornando-se casados, deverão continuar praticando as Cinco Consciências como manifestação da Plena Consciência:



  • Somos conscientes de que todas as gerações dos nossos ancestrais e da nossa descendência estão presente em nós.

  • Somos conscientes das esperanças que nossos ancestrais, nossos filhos e os filhos de nossos filhos depositam em nós.

  • Somos conscientes de que nossa alegria, nossa paz, nossa liberdade e harmonia, são a alegria , a paz, a liberdade e a harmonia de nossos ancestrais, de nossos filhos e dos filhos de nossos filhos.

  • Somos conscientes de que a compreensão é o próprio fundamento do amor.

  • Somos conscientes de que reclamações e brigas não nos ajudam e fazem apenas crescer o fosso entre nós. É unicamente graças à compreensão, à confiança e ao amor que podemos nos transformar e crescer.

Na primeira consciência nos vemos como um elemento de continuação dos nossos ancestrais e um elo para as gerações futuras. Quando adquirimos essa visão, sabemos que, tratando bem o corpo e a consciência no momento presente, estamos cuidando de todas as gerações passadas e futuras.

A segunda consciência nos lembra que nossos antepassados têm expectativas em relação a nós, assim como nossos filhos e netos. Nossa felicidade é a felicidade deles, e nosso sofrimento é o sofrimento deles também. Observando a fundo, saberemos o que nossos filhos e netos esperam de nós. Pode ser que ainda não os estejamos vendo em pessoa, mas eles já estão conversando conosco. Querem que vivamos de tal modo que não sejam infelizes quando se manifestarem. Os budistas vietnamitas não se vêem como indivíduos separados de seus ancestrais e sim como uma continuação que representa todas as gerações anteriores. As ações do casal não visam apenas satisfazer suas necessidades físicas e espirituais como indivíduos. Elas também têm como objetivo concretizar as esperanças e expectativas de seus ancestrais, bem como preparar as futuras gerações.

A terceira consciência nos diz que a alegria, paz, liberdade e harmonia não são questões individuais. Temos que viver de modo que possamos permitir a libertação dos ancestrais que estão dentro de nós, o que significa nos libertar. Se não agirmos assim, ficaremos amarrados por toda a vida e transmitiremos isso aos nossos filhos e netos. Agora é a hora de libertarmos os nossos pais e os ancestrais que estão dentro de nós. Oferecer-lhes alegria, paz, liberdade e harmonia proporciona, ao mesmo tempo, alegria, paz, liberdade e harmonia a nós mesmos, a nossos filhos e nossos netos. Isso reflete o ensinamento da interconexão. Enquanto nossos ancestrais, que estão em nós sofrendo, permanecerem sofrendo, não poderemos ser realmente felizes. Dando um passo com plena consciência, livre e felizes ao tocar a terra, o fazemos por todos - por nossos ancestrais e as gerações futuras. As três primeiras consciências são aspectos de um ensinamento profundo. Temos que continuar a estudá-las e praticá-las para aprofundarmos a nossa compreensão.

A quarta consciência é também um ensinamento básico do Buda. Onde existe compreensão, existe amor. Quando entendemos os sofrimento de alguém, ficamos motivados a ajudar, e as energias do amor e da compreensão são liberadas. O que quer que façamos com esse espírito será para a felicidade e libertação da pessoa que amamos. Às vezes , porém, destruímos essa pessoa. É como o general americano, quando disse que suas bombas tinham que destruir a cidade de Bem Tre para salvá-la. Precisamos praticar de modo a que tudo o que fizermos para os outros os torne felizes. Vontade de amar não suficiente. Se as pessoas não se entendem é impossível uma amar a outra.

Quando as pessoas se casam, elas formam uma Sangha de dois a fim de praticarem o amor - cuidar uma da outra, fazer o cônjuge florescer como uma flor, tornando a felicidade algo real. A felicidade não é uma questão individual. A pessoa deve procurar sorrir pelo menos uma vez ao dia, não só por ela mesma, mas pela outra também. Tem que praticar a meditação andando, não só pela outra, mas por si mesma também. Estamos ligados a muitos seres e pessoas. Cada passo, cada sorriso tem um efeito sobre todos os que nos rodeiam. Nossa felicidade é a felicidade de outras tantas pessoas.

- Thich Nhat Hanh
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