quinta-feira, dezembro 17, 2009

Perguntas para Thich Nhat Hanh

Nesse final de 2009, escolhemos uma sessão de perguntas e respostas (clique aqui) com Thich Nhat Hanh durante um retiro.

No texto ele responde às seguintes perguntas: O que fazer quando tentamos praticar a fala e escuta amorosa no trabalho, mas os colegas respondem com muito cinismo? Como posso mostrar a pessoas intolerantes que a religião delas não é o único modo de preenchimento espiritual? O que pode nos dar o conforto de que nossos amados irão continuar em outras formas após morrerem? O que acontecerá aos outros monges e monjas e à Sangha quando o Thay se for? Há um caminho espiritual para aqueles que estão lutando contra doenças incuráveis?

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sábado, dezembro 12, 2009

Carta do monge Samuel a Sangha Brasileira

Olá amigos,

No dia 21 de novembro de 2009 fui ordenado como monge noviço em Plum Village, França, na tradição do ven. Thich Nhat Hanh. A cerimônia foi simples e leve, entremeada por pequenos descuidos que a tornaram mais leve e bem humorada ainda. Sei que para os europeus isso soa estranho, por que eles adoram atividades muito formais e sem a presença do acaso, mas para nós, brasileiros, tudo isso é muito bem vindo e me faz sentir mais em casa ainda...

Fui ordenado com mais dez amigos (seis homens e quatro mulheres, um do Canadá, dois da França, um estadunidense, dois vietnamitas, uma japonesa, uma holandesa, um alemão e uma chinesa - e eu do Brasil), no mesmo dia, vinte vietnamitas foram ordenados via internet. Thay deu a essa família o nome de Lótus Cor-de-Rosa (já houve famílias com o nome de Lótus Branca e Lótus Dourada). Essa família tem algumas características especiais, como diversidade de países e a idade (a maioria se situa na faixa dos 30 a 40 anos, um pouco velha para o costume).

Apesar dos muitos altos e baixos durante o período de aspirante, estou feliz com a minha escolha. Plum Village ainda é marcadamente européia, norte-americana e asiática, então espero tornar mais estreita a ligação entre Plum Village e o Brasil e a América Latina e enriquecer a diversidade cultural que é a marca dessa tradição. Gostaria de destacar dois fatos que considero sintomáticos:

O primeiro foi que o monge responsável pela distribuição das roupas não sabia meu nome e como eu não estava no quarto na hora em que ele trouxe o meu hábito de aspirante, ele apenas escreveu num pedaço de papel "Brazil". Como único brasileiro e latino-americano desta comunidade senti nesse momento o peso da minha escolha e o impacto dessa escolha na vida da comunidade e, talvez, alguma expectativa também deles em relação a mim. Mas, é claro, uma das práticas aqui é não ter expectativas...

O segundo foi durante a ordenação, quando Thay pronunciou o meu nome de dharma monástico, Pháp Giang. Para os que não sabem 'Pháp' em sino-vietnamita quer dizer 'Dharma' (e em vietnamita moderno quer dizer França) e 'Giang'(pronuncia-se aproximadamente como Young em inglês, ou iang) significa 'Rio' - ou seja, Rio de Dharma. Para mim foi uma grande e agradável surpresa. Tendo vivido na Amazônia por muitos anos, quando ele disse esse nome, senti o rio Amazonas correr dentro de mim e me senti realmente como um rio. Mas sei que é um desafio ser realmente um rio, como nas metáforas que o Buda usou para expressar algo que a tudo abraça e a tudo transforma.

Interessante também ver que recebi o meu sanghati, hábito para grandes cerimônias formais, de um monge theravada da tailândia, T. Pittaya, e que agora mora em Plum Village permanentemente. O Ricardo Sasaki sabe o quanto tenho apreço pelo budismo theravada e o quanto aprecio que o budismo praticado em Plum Village tenha uma mistura interessante com essa tradição, então foi com muito bom gosto que recebi de suas mãos.

Nesse período em que permaneci aspirante aprendi a duras penas a largar minha expectativas em relação a mim e em relação à comunidade e a não tentar pensar demais se serei um bom monge ou mesmo se serei um monge por toda vida...o que importa é o presente e no presente farei o melhor possível para mim e utilizando os elementos da nossa cultura para expressar esse melhor - não posso esquecer, e isso não é possível, que sou um monge cearense, de Quixeramobim, a maior parte de minhas raízes está lá, trago dentro de mim o mandacaru e suas flores, a seca, a caatinga, a esperança de chuva, minha fala nordestina e muitos maneirismos dos meninos do interior do sertão e isso será, provavelmente, minha contribuição à diversidade cultural de Plum Village.

Agradeço a todos e todas que torceram por mim, direta ou indiretamente, ou que simplesmente se alegraram por saber que há um pedaço de Brasil nesta grande comunidade.

Samuel / Pháp Giang

quarta-feira, dezembro 09, 2009

Nossa Mente Distorcida

Essa semana sugerimos o texto (clique aqui), onde Thich Nhat Hanh fala sobre como construímos uma visão de mundo a partir de nossos preconceitos e ao nos agarrar a essas visões nos afastamos da felicidade.

Ele diz que às vezes nós tomamos algo como verdadeiro, como a verdade absoluta. Apegamos-nos àquilo; não conseguimos mais liberá-lo. E por isso ficamos emperrados. Mesmo quando a verdade chega pessoalmente batendo a nossa porta, nós recusamos abri-la. Nosso apego às nossas visões é um dos maiores obstáculos a nossa própria felicidade.

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quinta-feira, dezembro 03, 2009

Aprendendo a lidar com a raiva

Nesse excelente texto (clique aqui), Thich Nhat Hanh ensina como podemos lidar com um dos venenos da mente, a raiva. Thay ensina que a raiva é uma emoção extremamente destrutiva mas infelizmente muito presente na nossa civilização.

Ele diz que quando você sentir raiva, volte-se para dentro de si mesmo e cuide dela o melhor que puder. E quando alguém fizer você sofrer, cuide do seu sofrimento e da sua raiva. Não diga nem faça nada. Qualquer coisa que você disser quando está com raiva pode causar ainda mais dano ao relacionamento. No entanto, a maioria de nós não faz isso. Em vez de nos voltarmos para dentro de nós e cuidarmos da raiva, queremos ir atrás da outra pessoa para puni-la.

O Buda nos deu instrumentos extremamente eficazes para apagar o fogo que arde dentro de nós: o método da respiração consciente, o método do andar consciente, o método de abraçar nossa raiva, o método de examinar profundamente a natureza das nossas percepções e o método de observar profundamente a outra pessoa para compreender que ela também sofre muito e precisa de ajuda. Esses métodos são muito práticos e procedem diretamente do Buda.

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quinta-feira, novembro 26, 2009

Tópicos de Plena Consciência (parte 2)

Nessa semana sugerimos a você um texto (clique aqui) onde Thich Nhat Hanh ensina três práticas de meditação.

A primeira prática nos fala como nos alimentarmos com a alegria da meditação. A segunda prática nos ensina como observar os sentimentos e a terceira prática mostra como controlar e liberar a mente. Desfrute dessa aula de nosso mestre.

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quarta-feira, novembro 18, 2009

As Três Portas da Libertação

Nessa semana enviamos a você um texto (clique aqui) maravilhoso de Thich Nhat Hanh onde ele descreve as três portas da libertação:o vazio, a ausência de imagens e a ausência de objetivo.

O Vazio é o Caminho do Meio entre a existência e a não-existência. Tudo está vazio de um eu independente e separado. A prática da Concentração na Ausência de Imagens é necessária para que possamos nos libertar. Precisamos enxergar além das imagens. Elas são instrumentos para nosso uso, mas não são a verdade absoluta. Elas podem nos enganar. O Sutra do Diamante diz: "Onde houver uma imagem, haverá uma ilusão”. A prática da Ausência de Objetivos nos mostra que não há nenhuma necessidade de inventar objetivos para depois correr atrás deles. Nós já temos tudo o que é necessário, já somos aquilo em que desejamos nos tornar.

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quarta-feira, novembro 11, 2009

Compartilhando Práticas

Sugerimos a leitura (clique aqui). de um texto onde dois praticantes compartilham suas experiências e práticas.

Carole Baker, Alegria do Coração, compartilha a prática da Meditação do Degrau da Escada que aprendeu durante sua estadia em Plum Village. Ela mostra como ela conseguiu transformar a energia de hábito de seus ancestrais através dessa prática. Richard Brady, Verdadeira Ponte do Dharma, compartilha sua experiência lidando com as emoções negativas de sua infância e que causavam muito sofrimento.

Aprenda com o insight deles (clique aqui) e compartilhe suas práticas em nosso blog.

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quinta-feira, outubro 29, 2009

As Seis Perfeições (parte 3)

Nessa semana vamos concluir a leitura das seis perfeições ou paramitas (para ler o texto clique aqui). Paramita é uma palavra que pode ser traduzida como "perfeição" ou "realização perfeita".

Nesse texto vamos estudar as últimas três perfeições, a Virya pammita (esforço), Dhyana paramita (a meditação) e Prajna paramita (a sabedoria, compreensão).

Quando você está preso à tristeza, ao sofrimento, à depressão, à raiva ou ao medo, não fique na margem do rio em que existe o sofrimento. Passe para a outra margem, onde há liberdade e não existem medo nem raiva. Pratique as paramitas, e acabará passando para a margem da liberdade e do bem-estar. Não é necessário praticar por cinco, dez ou vinte anos para conseguir atravessar para a outra margem. Você pode fazer agora.

Para saber mais sobre essas três práticas leia o texto clicando aqui.

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quarta-feira, outubro 21, 2009

As Seis Perfeições (parte 2)

Nessa semana sugerimos que você continue o estudo das seis perfeições ou paramitas (para ler o texto clique aqui). Paramita é uma palavra que pode ser traduzida como "perfeição" ou "realização perfeita".

Nesse texto vamos estudar mais uma perfeição, a kshanti paramita (tolerância). Thay nos ensina: "Quando praticamos a tolerância, não precisamos sofrer nem nos resignarmos, mesmo quando precisamos aceitar o sofrimento ou a injustiça, quando alguém diz ou faz algo que nos deixa com raiva, ou quando talvez algum tipo de injustiça é cometido contra nós. Mas se o coração for grande o bastante, não sofreremos."

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quarta-feira, outubro 14, 2009

As Seis Perfeições (parte 1)

Nessa semana sugerimos que você inicie o estudo das seis perfeições ou paramitas (para ler o texto clique aqui). Paramita é uma palavra que pode ser traduzida como "perfeição" ou "realização perfeita".

As perfeições devem ser praticadas em nossa vida diária. Estamos atualmente na margem do sofrimento, da raiva e da depressão, e queremos atravessar para a margem do bem-estar. Para atravessar, é preciso fazer alguma coisa, e é a isso que chamamos de perfeição. Devemos praticar as "perfeições" todos os dias.

Nesse texto inicial vamos estudar a dana paramita (Doação, generosidade, oferta) e shila paramita (os preceitos ou treinamentos da atenção plena). O Buda disse: "Não fique esperando que a outra margem venha até você. Se quiser atravessar para chegar à margem da segurança, do bem-estar, da coragem e da ausência de raiva, terá que nadar ou remar. Você precisa fazer um esforço."

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domingo, outubro 11, 2009

O Guarda-Costas

O Tibet é cheio de longas e solitárias estradas, especialmente nas montanhas, onde não há muitas cidades e vilas. Viajar é sempre perigoso, porque há quase sempre bandidos escondidos em cavernas ou atrás de rochas ao longo da estrada, esperando para pular e atacar mesmo os mais cuidadosos viajantes. Mas o que as pessoas podem fazer? Para ir de um lugar a outro, elas têm que pegar essas estradas. Eles podem viajar em grupos, é claro, e se os grupos forem grandes o suficiente, talvez os bandidos não ataquem, Mas isso nem sempre funciona, porque os bandidos usualmente verão isso uma oportunidade de roubar de um grupo maior.

Às vezes as pessoas vão tentar se proteger contratando guarda-costas. Mas isso também não funciona. Os bandidos são sempre mais agressivos e têm melhores armas. Além disso, se a luta acontecer, há uma boa chance das pessoas ficarem feridas.

Os viajantes mais espertos, quando atacados por bandidos fazem um acordo com eles. “Porque não contratamos você para ser nosso guarda-costas? Podemos te pagar algo agora e mais quando chegarmos ao final da viagem. Desta maneira, não haverá luta, ninguém ficará ferido, e você ganhará mais de nós do que simplesmente nos roubando na trilha. Menos perigo para você, porque ninguém virá a sua caça nas montanhas, e menos perigo para nós, porque você é mais forte e tem melhores armas que qualquer guarda-costas poderia ter. E se você nos levar a salvo pelo caminho, podemos recomendá-lo para outras pessoas e logo você estará ganhando mais que jamais esperou ganhar. Poderá ter uma bela casa, um lugar para criar a família. Não precisará mais se esconder em cavernas, congelando no inverno e fervendo no verão. Todos ganham.”

Sua mente é o longo e solitário caminho, e todos os nossos problemas, ansiedades, medos são os bandidos. Sabendo que eles estão lá, você tem medo de viajar. Ou você usa a plena atenção como um guarda-costas, misturando ela com esperança e medo, pensando, “se eu observar meus pensamentos eles irão desaparecer.” De qualquer modo seus problemas têm o controle. Eles sempre parecem maiores e mais fortes que você.

Uma terceira escolha é ser como o viajante esperto e convidar seus problemas para virem com você. Quando você está com medo, não tente lutar contra o medo ou correr dele. Faça um trato com ele: “Ei, medo, fique por perto. Seja meu guarda-costas. Mostre-me o quanto você é grande e forte.” Se você fizer isso frequentemente, aos poucos o medo se tornará apenas outra parte de sua experiência, algo que vem e vai. Você se torna confortável com ele, talvez até venha a confiar nele como uma oportunidade de apreciar o poder de sua mente. Sua mente deve ser muito poderosa para produzir problemas tão grandes, não é mesmo?

Quando você não mais resiste a uma poderosa emoção como o medo, você está livre para canalizar esta energia em uma direção mais construtiva. Quando você contrata seus problemas como guarda-costas, eles te mostrarão o quanto a mente é poderosa. Sua agressividade faz você consciente de como você é poderoso.

- Saljay Riponche

quarta-feira, outubro 07, 2009

Aceite a si mesmo

O texto dessa semana (clique aqui) foi retirado de uma palestra do professor de Dharma Phap Dung, monge sênior de Thich Nhat Hanh. Nesse texto ele explica que a alegria, o amor, e também a raiva são manifestações da nossa consciência raiz e que não podemos excluir nenhuma delas.

Tendemos a pensar na raiva como algo negativo e queremos excluí-la, mas Phap Dung nos ensina que o melhor é aceitá-la, reconhecê-la e compreendê-la. Ele diz que a raiva só é algo ruim quando não podemos enxergá-la. Ele diz que é mais inteligente aceitar que temos raiva, não discriminar e assim essa raiva poderá se transformar e nutrir nosso entendimento, amor e felicidade.

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quarta-feira, setembro 30, 2009

Cultivando as sementes saudáveis

Essa semana sugerimos um texto (clique aqui) onde Thich Nhat Hanh explica o que são as sementes que estão na nossa consciência e qual a melhor forma de cultivá-las.

Thay ensina que muitas vezes nos perguntamos: "O que está errado?" Fazendo assim convidamos dolorosas sementes de mágoa a se manifestarem. Sentimos depressão, raiva, sofrimento e produzimos mais sementes dessa natureza. Deveríamos aprender a perguntar, "O que não está errado?" e a manter contato com a resposta. A vida está repleta de maravilhas, como o céu azul, a luz do sol, os olhos de um bebê.

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quarta-feira, setembro 16, 2009

Praticando na Sangha

Depois dessas duas semanas de convívio com os monges de Plum Village no Rio e São Paulo, sugerimos ler um texto sobre a prática na Sangha (clique aqui).

Segundo Thich Nhat Hanh a Sangha é feita do trabalho dos indivíduos, portanto temos o dever de ajudar a criar a energia da Sangha. Nossa presença, quando é uma plena de atenção, contribui para essa energia. Quando estamos ausentes durante as atividades da Sangha, não estamos contribuindo para a sua energia.

Você não precisa de uma Sangha perfeita. Uma família ou uma comunidade não tem que ser perfeita de forma que possa ajudar. Thay diz ainda que há algumas pessoas que pensam em deixar a Sangha quando encontram dificuldades com outros membros da Sangha. Eles não podem suportar pequenas injustiças infligidas a elas porque seus corações são pequenos. Para ajudar a seu coração crescer e crescer, entendimento e amor são necessários.

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quarta-feira, setembro 09, 2009

Natureza e Não-Violência

Sugerimos um texto de Thich Nhat Hanh (clique aqui) onde ele fala da maneira como temos que lidar com a natureza.

Nós seres humanos sempre nos excluímos do resto do mundo natural. Classificamos outros animais e seres vivos como natureza, uma coisa fora de nós, e agimos como se de alguma forma fossem separados de nós. Então perguntamos, “Como deveríamos lidar com a natureza?” Deveríamos lidar com a natureza da mesma forma de lidamos conosco mesmo: de forma não-violenta. Seres humanos e a natureza são inseparáveis. Da mesma forma como não deveríamos nos ferir, não deveríamos ferir a natureza. Ferir a natureza é nos ferir, e vice-versa.

Leia (clique aqui) reflita sobre como suas ações impactam a natureza e divida seus insights sobre o texto em nosso blog.

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sexta-feira, setembro 04, 2009

Palestra de Dharma em Copacabana

Ontem à noite os irmão Antônio e Michael de Plum Village fizeram sua última palestra no Rio antes do retiro. Cerca de 60 pessoas compareceram à Igreja Bethesda, um lugar encantador com uma atmosfera acolhedora e pacífica.

Irmão Antônio falou sobre o sofrimento se focando nas Quatro Nobres Verdades. Segundo ele o mais importante é reconhecer nosso sofrimento, e de onde ele vem. Mas precisamos de tempo para isso. Para isso precisamos ficar conosco mesmos, e não fugirmos para o consumismo ou a televisão por exemplo. Ele compartilhou que o sofrimento é a chave que abre a porta para a felicidade.

O irmão Michael compartilhou sobre os quatro nutrientes como porta para a felicidade. Segundo ele não podemos controlar como o outro age, mas apenas como reagimos ou agimos. Ele disse que nós somos os responsáveis por nossa felicidade na medida que escolhemos que nutrientes ingerimos. O irmão Michael também falou sobre os quatro mantras do amor e também sobre a prática de Começar de Novo.

Na quarta-feira de manhã (2/9) eles foram visitar a ABACO, no centro do Rio, que é uma instituição que faz tratamento gratuito para pessoas carentes baseado na medicina oriental. Os monges falaram para os voluntários que tratam dos pacientes.

quarta-feira, setembro 02, 2009

Práticas de Plena Consciência (parte 1)

Na primeira palestra de Dharma no Brasil os monges de Plum Village que nos visitam (irmão Antônio e irmão Michael) falaram muito sobre a prática de meditação, nossa prática básica. Por isso, essa semana sugerimos um texto (clique aqui) onde Thich Nhat Hanh descreve 3 práticas básicas de meditação.

O primeiro tópico da plena consciência é seguir a respiração na vida diária - eliminar a distração e o pensamento desnecessário. O segundo tópico da plena consciência é a consciência do corpo e o terceiro tópico da plena consciência é realizar a unidade de corpo e mente.

Leia (clique aqui) aprenda as práticas sugeridas e divida seus insights sobre o texto em nosso blog.

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Encontro das Sanghas com monges de Plum Village

Ontem à noite houve no Centro Lótus encontro das 3 Sanghas do Rio (Centro Lótus, Sangha Viver Consciente e Sangha Caminhos do Interser) e havia inclusive representante da Sangha de São Paulo (Sangha Plena Consciência). No encontro foi feita uma cerimônia simples do chá, apenas um encontro para expressarmos nossa felicidade de estarmos juntos, sorrindo cantando e compartilhando coisas boas. Foi muito nutritivo para todos os presentes e reforça os laços de amizade e união entre os praticantes de todas as Sanghas.

Marcelo da Saangha Plena Consciência lembrou a resposta de Thay a uma criança que perguntou quantos filhos ele tinha e Thay disse que mais de 1 milhão. Surpresa a criança perguntou: "Então você deve ter uma casa muito grande para todos esses filhos?" Thay respondeu: "Tenho sim". Para Marcelo, o Centro Lótus que é a semente da tradição do Thay no Brasil é uma dessas casas do Thay.

Ontem de manhã os monges (irmão Antônio e irmão Michael) fizeram passeio pelo Rio. Foram ao Pão de Açúcar visitando um dos mais famosos cartões postais do Rio, aproveitando o belíssimo dia de sol.

terça-feira, setembro 01, 2009

Palestra de Dharma em Botafogo

Um público de cerca de 90 pessoas se reuniu na ASA em Botafogo na primeira palestra de Dharma dos irmãos Antonio e Michael no Brasil.

O irmão Antonio compartilhou sobre a prática do viver consciente enumerando vários aspectos dessa prática. Segundo ele, devemos simplificar nossa vida e dessa forma podemos ter mais tempo para os que amamos. A questão não é o que fazemos mas como fazemos. Se tivermos plena atenção em cada atividade cotidiana colheremos os frutos da prática. Dessa forma a prática se torna alegre e prazeirosa.

O irmão Michael comparou a prática com uma conta bancária. Quando se pratica é como se essa conta crescesse. Quanto mais praticamos mais acumulamos nessa conta. Quando temos dificuldade tiramos dessa conta. Se não praticarmos não teremos de onde tirar quando precisarmos.

Os donativos da palestra que somaram R$ 912,00 foram doados pelos monges para a família do catador de papel Marcos de Japeri, que está sendo despejado em com 4 filhos vai morar em uma tenda de plástico. Os monges ficaram muito sensibilizados com a situação em que vive essa família e quiseram muito ajudar. Marcos, assim como outras várias pessoas, são ajudados pela Casa de Ana Maria, instituição ajudada pela Sangha Viver Consciente.

A próxima palestra será na Igreja Bethesda em Copacabana (Rua Guimarães Natal 31 - próximo a estação Arcoverde) na 5a feira dia 3/9 as 19:30hs.

segunda-feira, agosto 31, 2009

Visita dos monges de Plum Village a Casa de Ana Maria

Hoje pela manhã o irmão Antonio e o irmão Michael, dois monges de Plum Village que visitam o Brasil, foram a Japeri na Baixada Fluminense visitar a Casa da Ana Maria.

Esta instituição, que conta também com a ajuda da Sangha Viver Consciente, ajuda crianças, gestantes e idosos da região, fazendo um trabalho maravilhoso.

Todos os recursos da Casa vêm de doações e trabalho voluntário e existe há 17 anos. Há muito amor e cuidado com todas as crianças, algumas das quais vivem situação de risco e se não fosse o trabalho da Casa hoje poderiam estar na marginalidade.

O site da Casa de Ana Maria é http://www.migalhasdeluz.org.br/. Conheça e se possível ajude essa instituição séria a sobreviver. Lembrando as palavras de Thay, se o budismo não é engajado, não é budismo. É impossível ficar no templo meditando enquanto as bombas caem lá fora.

domingo, agosto 30, 2009

Caminhada Meditativa com monges de Plum Village

Hoje de manhã, no Jardim Botânico do Rio de Janeiro, cerca de 80 pessoas compareceram para caminhar em plena consciência por um dos lugares mais bonitos da cidade. Foi o primeiro evento público da visita dos monges de Plum Village que visitam o Brasil: irmão Antonio e irmão Michael.

Inicialmente cantamos músicas de Plum Village e depois caminhamos por 1 hora. No meio da caminhada paramos para exercícios de plena consciência com os monges.

Ao final, sentados em uma sombra refrescante houve uma sessão de perguntas e respostas. A manhã foi finalizada com um almoço junto com a Sangha em um restaurante vegetariano de Copacabana.

sábado, agosto 29, 2009

Chegada dos monges de Plum Village ao Brasil

Chegaram esta manhã ao Brasil os dois monges de Plum Village que irão conduzir retiros e dar palestras no Brasil, Brother Michael e Brother Antônio.

Na foto ao lado temos às boas vindas no aeroporto do Rio.

Na foto: Rafaela (Lótus), Hildeth (Lótus), Br. Michael, Br. Antonio, Leonardo (Sangha Viver Consciente) e Fernanda (Sangha Viver Consciente)

quarta-feira, agosto 26, 2009

Amando os que nos perseguem

Recentemente o monastério Prajna no Vietnã, ligado a Plum Village, foi invadido e devido a uma campanha de calúnia e difamação foi alvo de perseguição da polícia e da população local. A água e a luz foram cortadas e o suprimento de alimentos interrompido. Os cerca de 400 monásticos passaram por muitas dificuldades. Para conhecer detalhes do que aconteceu clique aqui

Nessa semana sugerimos a leitura de uma carta (clique aqui) de Thich Nhat Hanh para os monásticos desse monastério. O texto é um exemplo de compaixão mesmo pelos que ofendem e perseguem e mostra toda a grandeza do amor que pode ser gerado pela prática.

Leia (clique aqui) e veja como é possível amar mesmo àqueles que nos perseguem! Divida seus insights em nosso blog.

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Nova carta de Thich Nhat Hanh do Hospital

Terça-feira, 25 de Agosto de 2009

Para os amigos e co-praticantes do Retiro “Um Buda não é o suficiente”
Queridos amigos,

Aqui é o Thay, escrevendo de novo para vocês desde o Hospital Geral de Massachusetts. O tratamento está indo bem, e notamos diversos aspectos de melhoria nas condições do Thay depois da primeira semana. Obrigado por enviarem sua energia amorosa para o Thay. Fiquei sabendo que todos vocês, membros monásticos e laicos da Sangha, estiveram praticando lindamente e com todo o coração no retiro. Isso faz o Thay muito feliz. A coisa mais maravilhosa é que, depois de alguns instantes de tristeza, preocupação e desapontamento, todos nos acalmamos para praticar e conduzir o retiro da melhor maneira que a Sangha poderia. A transformação e a alegria que vocês sentem atualmente no retiro é muito nutridora e encorajadora, para o Thay e cada um de nós. Já pudemos ver o talento e o milagre da Sangha. Temos de nos dar conta do fato de que a Sangha incorporou a continuação de Thay de uma maneira bela, e não há razão para qualquer um de nós preocupar-se com o futuro de nossa prática. Um dia, o rei Prasenajit de Shravasti disse ao Buda que, quando observava a Sangha, podia ver verdadeiramente o Buda. Uma das realizações deste retiro é que todos podem enxergar Thay na Sangha, mesmo aqueles que vieram pela primeira vez a um retiro.

A Sangha é bem capaz de continuar o trabalho do Buda e de nossos mestres ancestrais. Thay gostaria de propor que o Retiro do Colorado torne-se um retiro anual dentro da tradição de Plum Village; e que todos vocês, condições permitindo, vão se juntar como membros da Sangha para oferecerem a chance de outras pessoas praticarem o Dharma. Assim, cada um de nós neste retiro torna-se uma continuação do Thay. O coração do Thay enche-se muita felicidade toda vez que se lembra de que já tem uma linda continuação. Tenho confiança total na Sangha, e acredito que a Sangha sempre será capaz de executar o milagre da prática, com ou sem a presença física do Thay. Thay ficará muito feliz de saber a opinião de vocês sobre essa proposta.

Obrigado novamente a todos os meus amigos e discípulos, e espero vê-los novamente em breve.

Com amor e confiança,

segunda-feira, agosto 24, 2009

Thay internado em hospital nos EUA

Queridos amigos,

Nosso professor Thich Nhat Hanh contraiu uma infecção no pulmão em sua viagem aos Estados Unidos e está internado em um hospital para tratamento. Transcrevemos abaixo uma carta que ele escreveu aos participantes do retiro que ele deveria liderar. Vamos estar presentes com Thay, respirando por ele, andando por ele e sorrindo por ele.




Boston, 21 de agosto de 2009

Queridos amigos e co-praticantes do retiro “Um Buda não é suficiente”
Estes Park, Co.

Meus queridos amigos,

Estou escrevendo para vocês do Massachusetts General Hospital em Boston. Soube que a Sangha se manifestou hoje em Estes Park. Eu sinto falta do retiro. Eu sinto falta do bonito arranjo do retiro. Especialmente, eu sinto falta da Sangha, e sinto falta de vocês.

Eu aprecio sentar com a Sangha, andar com a Sangha, respirar com a Sangha. A alegria de estar juntos, compartilhando o Dharma e a prática juntos é sempre muito nutritiva e curadora.

Mas eu não sofro, porque sei que estou tomando conta de mim mesmo. E tomar conta de mim mesmo é tomar conta de vocês. Os médicos aqui decidiram que eu deveria ficar 14 dias internado para tratamento de uma infecção no pulmão por Pseudomonas aeruginosa. Por favor, não se preocupem. É apenas uma infecção. Mas tem que ser tratada corretamente. Meus rins, meu pulmão, meu coração, meu sistema digestivo todos funcionam bem. Estou sendo medicado com dois fortes antibióticos, com injeções intra-venosas diariamente. E os clínicos aqui estão monitorando de perto o processo de tratamento. Me permitem sair do hospital para o parque próximo uma hora por dia para fazer meditação caminhando.

Há quase 1.000 de nós agora praticando juntos no retiro de Estes Park. Deve ser alegre. Estou confiante que nossos muitos professores de Dharma, leigos e monásticos, estão conduzindo o retiro da melhor maneira que podem.

Queridos amigos, se vocês olharem em profundidade, me verão no retiro, andando com vocês, sentando com vocês, respirando com vocês. Eu sinto claramente que estou em vocês e vocês estão em mim. Neste retiro, vocês testemunharão o talento da Sangha: vocês verão que Thay já continua pela Sangha, e a presença da Sangha carrega a presença do Thay. Por favor, deixe-me caminhar com seus pés fortes, respirar com seus pulmões saudáveis e sorrir com seus bonitos sorrisos.

Terminamos um maravilhoso e alegre retiro no Stone Hill College no estado de Massachusetts antes de Thay ir para o hospital para um check-up. Os médicos disseram que não deveríamos adiar o tratamento. Portanto Thay está fazendo seu melhor por vocês e vocês estão fazendo seu melhor por Thay. Deste modo podemos ainda desfrutar estarmos juntos. Por favor, desfrutem do retiro por mim, e levem para casa um conjunto de palestras de Dharma proferidas no retiro de Stone Hill, especialmente a última.

Espero escrever para vocês novamente em alguns dias, antes do final do retiro.

domingo, agosto 23, 2009

Para Acalentar

Eu seguro minha face com minhas duas mãos
Não, não estou chorando.
Eu seguro minha face com minhas duas mãos
Para manter a solidão acalentada–
Duas mãos protegendo,
Duas mãos nutrindo,
Duas mãos evitando,
Minha alma de me deixar
Na raiva.

- Thich Nhat Hanh
(Escrito depois de ouvir sobre o bombardeio da cidade de Bem Tre durante a Guerra do Vietnã e o comentário do militar americano: “Tínhamos que destruir a cidade de modo a salvá-la”)

quarta-feira, agosto 19, 2009

Budismo e Psicoterapia

Muitos de nós querem reunir a prática da meditação e a psicoterapia, porque todos nós queremos curar a nós mesmos e curar o mundo; queremos tirar o melhor do insight ocidental sobre psicologia, psicoterapia e também do budismo, porque há no budismo insights muito profundos sobre nossa mente, como transformar nossa mente, como sofrer menos, como encerrar o sofrimento.

Nessa semana sugerimos a leitura de um texto (clique aqui) onde Thich Nhat Hanh mostra como juntar essas duas abordagens. Thay diz que nós temos algumas dificuldades em tentar reunir as duas coisas, por causa da nossa maneira habitual de pensar.

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quarta-feira, agosto 12, 2009

As Três Fontes de Poder

Você sabe como conciliar a ambição pelo saber, pelo sucesso, por uma posição social, esse desejo de ter sucesso, com a prática da plena consciência? Nessa semana o texto (clique aqui) responde a essa questão. O que o Buda pensa sobre poder e autoridade?

Na tradição budista, falamos de três tipos de poder, três tipos de virtude. Quando você tem estes tipos de poder, sente-se forte, feliz, livre. O primeiro tipo de poder é o de “podar”. O segundo tipo de poder ensinado no budismo é o poder do entendimento. Isto é insight. A terceira fonte de poder é o amor, que significa gentileza.

Uma vez que você tenha estes três tipos de poder, não há perigo algum se você tiver alguma riqueza e alguma fama. Se você tiver esses poderes, então sua riqueza e sua fama irão tornar-se úteis para você. De outra maneira, são muito perigosas.

Leia (clique aqui) o texto e pratique!

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quarta-feira, agosto 05, 2009

Dia dos Ancestrais

Nessa semana em que se comemora o dia dos pais, sugerimos um texto (clique aqui) onde Thay fala sobre uma prática de Plum Village: comemorar o dia dos ancestrais

Thay nos lembra que nossos ancestrais estão em nós. Não apenas nossos ancestrais genéticos mas também nosssos ancestrais espirituais. Thay amplia nossa visão mostrando que também os animais, os vegetais e até os minerais também são nossos ancestrais. Ele nos ajuda a transcender a nossa idéia do que seja um ser humano.

Leia (clique aqui) o texto e procure praticar esse mês! Divida seus insights em nosso blog. Se você quiser ler a nossa newsletter semanal clique aqui ou nos mande um e-mail (clique aqui) para passar a recebê-la diretamente.

domingo, agosto 02, 2009

Aniversário Sangha Viver Consciente

Nessa terça-feira, dia 4 de agosto temos um motivo para comemorar. A Sangha Viver Consciente comemora 3 anos de práticas. Nós que sabemos o quanto é difícil construir uma Sangha, ficamos muito orgulhosos de poder ter plantado a semente desse grupo, que fortalece a paz e harmonia em todos os seus praticantes. Gostaríamos de agradecer a você que nos apoiou, e a todos os que em algum momento praticaram conosco. Obrigado por suas lições, obrigado pela sua presença. Tenha certeza que nos ajudaram.

Se você estiver no Rio, gostaríamos de te convidar para praticar conosco no dia 4 de agosto as 19:30hs. Venha, pratique conosco nesse dia especial! No final da prática faremos um lanche em plena consciência.

Visita dos monges de Plum Village ao Rio de Janeiro

A partir de 29 de agosto estaremos recebendo dois monges da tradição de Plum Village (Thich Nhat Hanh) no Rio de Janeiro. Os monges irmão Michael (foto) e irmão Antônio vão ministrar palestras públicas e realizar uma caminhada meditativa. Confira a programação abaixo:

Dia 30 de agosto: Caminhada no Jardim Botânico do Rio de Janeiro

Horário: 9 horas
Ponto de Encontro: Entrada central do parque na Rua Jardim Botânico. Não é a entrada dos automóveis. Nos encontraremos na outra entrada, a que fica no meio do Jardim Botânico, próxima ao Jardim Japonês.
Levem as crianças, haverá programação para elas ao final da caminhada.

Dia 31 de agosto: Palestra Pública Gratuita

Local: ASA (Associação Scholem Aleichem)
Endereço: Rua São Clemente, 155 - Botafogo
Horário: 19:30hs

Dia 3 de setembro: Palestra Pública Gratuita

Local: Igreja Presbiteriana Bethesda
Endereço: Rua Guimarães Natal 31 - Copacabana
Horário: 19:30hs

quarta-feira, julho 29, 2009

O Esforço Correto

Nesse mês de agosto sugerimos que você pratique um passo do Caminho Óctuplo: (clique aqui) o Esforço Correto.
As quatro práticas que costumam estar associadas ao Esforço Correto são:

(1) Impedir o crescimento e o desenvolvimento das sementes indesejáveis contidas em nossa consciência armazenadora.

(2) Ajudar as sementes indesejáveis já desenvolvidas a retornar à consciência armazenadora.

(3) Encontrar formas de irrigar as sementes sadias que ainda não cresceram em nossa consciência armazenadora, incentivando o mesmo processo aos amigos.

(4) Nutrir as sementes sadias que já cresceram, para que permaneçam em nossa consciência mental, tornando-se cada vez mais fortes. Isso é chamado de Esforço Correto Quádruplo.

Leia (clique aqui) o texto e procure praticar esse mês! Se você quiser ler a nossa newsletter semanal clique aqui ou nos mande um e-mail (clique aqui) para passar a recebê-la diretamente.

segunda-feira, julho 27, 2009

Fonte de sabedoria

Budismo precisa ser reconhecido como uma fonte de sabedoria, uma longa tradição de prática de entendimento e amor e não apenas devoção. O espírito do Dharma é muito próximo do espírito da ciência. Ambos nos ajudam a cultivar uma mente aberta e não-discriminativa. A prática de maitri, de bondade amorosa, a prática de irmandade está na base do Dharma.

- Missão do movimento Wake up

terça-feira, julho 21, 2009

Nada a Fazer, Nenhum Lugar para Ir

Essa semana sugerimos um texto (clique aqui) onde Thay responde perguntas de praticantes como nós. O tema das perguntas gira em torno da nossa incessante atividade física e mental, nossa constante ocupação.

Está tudo bem em não fazer nada? Como controlar meu desejo incessante? O que posso fazer para parar de sempre pensar sobre o caminho não tomado? Viver o momento presente e planejar o futuro são coisas conflitantes? Estas são perguntas respondidas por Thay nesse texto (clique aqui).

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segunda-feira, julho 20, 2009

UM BREVE RELATO DOS ACONTECIMENTOS NO MOSTEIRO PRAJÑA

CARTA AOS POLÍTICOS DO GOVERNO DO VIETNÃ

Plum Village, 26 de junho de 2009

Ao respeitável Ministro do Exterior da República Socialista do Vietnã.
A todos vocês que amam e apóiam os 400 monásticos do Mosteiro Prajña.

(Estes jovens monges e monjas, que estão na faixa de idade entre dezesseis e trinta e cinco anos, nasceram no Vietnã e foram educados e nutridos pela República Socialista do Vietnã. Eles estiveram vivendo no Mosteiro Prajña, Hamlet 13, Dambri Village, Bao Loc District, Lam Dong Province desde 2005, quando o nosso professor voltou à sua terra natal pela primeira vez.)

Por favor, deixe-me apresentar algumas informações elucidativas sobre a história do Mosteiro Prajña:
Nosso professor Thich Nhat Hanh – carinhosamente conhecido por seus alunos como “Su Ong”, que em vietnamita significa “Professor Avô” – está agora com 83 anos de idade. O desejo profundo dele para este presente dilema é que o governo vietnamita apóie e não atormente os filhos e filhas do seu próprio país materno, o Vietnã. A única aspiração dos jovens monásticos é praticar a paz e levar uma vida simples de serviço à humanidade e ao povo do Vietnã. A luta atual no Mosteiro Prajña deve preocupar a todos nós e se opõe aos direitos humanos de cada cidadão vietnamita. Nosso professor acredita que se o governo central estiver sabendo deste fato, poderá ajudar a por um fim nesta situação de forma justa.

Nosso professor não tem planos de retornar ao Vietnã mais uma vez, nem está pedindo coisa alguma ao governo vietnamita. Ele não está pedindo terra para estabelecer centros de prática, e já abandonou a idéia de pedir de volta àquela terra que pertencia à School of Youth for Social Service [Escola da Juventude para o Serviço Social]. (Esta terra pertencia oficialmente a SYSS até 1975 e desde então foi ocupada pelo governo). Todos nós temos visto sinais nos últimos anos de que o estado do Vietnã se abriu para mudanças. Nas três visitas à sua terra natal, o nosso professor de 83 anos, com o intuito de construir um belo futuro, tem partilhado com o governo central a sua profunda compreensão das necessidades do país. Ele partilhou tudo o que estava em seu coração e não tem nada mais a acrescentar.

Os eventos que estão sendo aqui partilhados é uma descrição dos atos criminosos cometidos por pessoas corruptas, que abusaram do poder que têm, com a colaboração silenciosa do serviço de imigração governamental e o departamento de assuntos religiosos nacional. Antes de o mosteiro ter sido oferecido ao nosso professor em 2005 pelo monge Duc Nghi com afirmações juradas e gravadas diante de milhares de pessoas, o terreno do templo onde o Mosteiro Prajña se localiza só tinha poucas construções: um pequeno salão de Buda, uma pequena casa de hóspedes, uns dois quartos para monges e uma cozinha de um pavimento com um teto de asbesto, e um prédio de um pavimento planejado para pessoas idosas. Além destas construções, o resto dos 30 hectares de terra estava vazio.

Durante a viagem de volta do nosso professor e da comitiva de Plum Village ao Vietnã, de 12 de janeiro a 11 de abril de 2005, houve muita gente que se entusiasmou para se tornar monástico e praticar meditação de acordo com a tradição de Plum Village. A viagem deixou mais de 80 aspirantes desejosos de se tornarem monásticos, então o monge Duc Nghi ofereceu o templo dele ao nosso professor e para estes jovens aspirantes. Ele celebrou a cerimônia de ordenação e raspou as cabeças deles com suas próprias mãos como representante do nosso professor. Esta propagação de jovens dedicando suas vidas para servir inspirou muitos de nós e trouxe energia positiva e benéfica ao país e aos praticantes budistas ao redor do mundo.

Todos os amigos de várias partes do mundo que apreciavam os ensinamentos de Plum Village se entusiasmaram por este desenvolvimento e se sensibilizaram para apoiar os esforços do monge Duc Nghi de sustentar estes jovens praticantes. Eles começaram a se organizar em suas comunidades para angariar fundos e doações que eram todas enviadas ao templo Prajña para ajudar a prover estes jovens monásticos e desenvolver e construir mais prédios para alojá-los.

Os amigos estrangeiros que seguiam a tradição de Plum Village investiram grandes somas de dinheiro aos empenhos de construir o Mosteiro Prajña. Nós pagamos U$90.000 (noventa mil dólares americanos) para renovar e contribuir com o prédio anteriormente planejado para as pessoas idosas, mas que estava inabitável, com o acordo de que outro prédio para idosos seria construído em outro templo próximo. Nós transformamos este prédio num de três pavimentos que contém um salão de meditação, um refeitório, uma cozinha e dormitórios para cem monjas, que ficou chamado de Prédio Jacarandá. A procura por mais espaço de moradia aumentou com o número de aspirantes e praticantes vindos de toda parte do país e posições sociais. Não podíamos recusar a nobre aspiração e coração puro deles. Na área das monjas, nós tivemos até que espremer 16 pessoas em um único quarto usando beliches de três níveis. Então tivemos que construir um segundo prédio para 100 monges, chamado de Prédio Floresta das Fragrantes Folhas de Palmeira. Mas o número de jovens aumentou tão rapidamente que tivemos que construir uma segunda residência de monjas para outras 100 monjas, chamado de Prédio Salgueiro Verde. Na área dos monges, já subimos outro prédio para moradia de aspirantes homens, chamado de Prédio Mente de Principiante.

Até o final do ano, o número de pessoas aumentou tanto, muito além de todas as nossas expectativas. Com o monge Duc Nghi agindo a nosso favor, nós compramos um terreno adjacente e construímos outro amplo prédio para monjas e membros laicos da Ordem Interser. Nós também renovamos a área da cozinha e a transformamos em um prédio de dois pavimentos com uma cozinha totalmente nova no térreo, uma ampla despensa e refeitório no andar superior. Além disso, nós também construímos um amplo salão de meditação que poderia acomodar milhares de pessoas para meditação sentada e para ouvir o Darma. Estes são os maiores investimentos que os nossos amigos estrangeiros e de casa investiram neste mosteiro, isso sem mencionar as pequenas contribuições que apóiam a manutenção diária e funcionamento deste mosteiro.

Assim como o súbito influxo de jovens no mosteiro, muitos destes jovens monásticos concluíram recentemente o segundo grau. Um número substancial deles tem curso universitário e alguns até mesmo tiveram carreiras bem sucedidas em suas áreas. Mas abandonaram suas carreiras por um propósito mais elevado, respondendo a um chamado vindo de dentro do coração para que vivessem uma vida simples de serviço aos outros com compreensão e amor. Como o monge Duc Nghi ordenou a todos eles em nome de nosso Professor, todos se referem ao monge Duch Nghi como “Si Fu”, que significa “Professor Pai” em chinês. Estes quatrocentos jovens nasceram para a vida espiritual e estiveram praticando no Mosteiro Prajña por toda vida monástica deles – no terreno sagrado onde o monge Duc Nghi se comprometeu a apoiar a prática deles na tradição de Plum Village. Ele agiu em nome deles e do nosso nome ao comprar terreno e construir prédios com o capital de terceiros para eles viverem.

Como conseqüência da sincera prática deles, mesmo após poucos meses ou poucos anos, nós vimos tantos frutos maravilhosos desabrochando em suas famílias. Muitas estórias foram partilhadas – de pais que pararam de bater nas mães, de divórcios que foram evitados, de reconciliações entre membros de famílias divididas. Na medida em que estas estórias foram se espalhando pelo país e ao redor do mundo, muitos outros jovens se inspiraram a seguir a vida monástica e muitos outros vieram para ajudar e doar em apoio ao mosteiro. Nós temos a relação dos recibos destas doações feitas pelo povo vietnamita e pelos patrocinadores estrangeiros de todo o mundo. As intenções desde o início foram deixadas claras e reconhecidas por todos, inclusive a afirmação jurada e gravada do monge Duc Nghi, que o desenvolvimento das propriedades do Mosteiro Prajña era para estes jovens monásticos viverem e praticarem.

Em 2007, durante a sua segunda visita ao Vietnã para celebração de três missas de réquiem ao público em geral por nosso professor e a comitiva de Plum Village, o nosso professor foi convidado a visitar o Presidente do Vietnã. Nosso professor partilhou que ele o visitaria somente se o governo estivesse pronto a ouvir a voz do povo. O Presidente concordou e a reunião entre os dois aconteceu. Durante a visita e diálogo informal, nosso professor fez algumas sugestões que ele achava que ajudaria a melhorar as relações do país internamente e diplomaticamente. Ele preparou uma proposta com dez pontos que incluía sugestões, tais como permitir aos europeus ou americanos de origem vietnamita a retornar ao Vietnã por 90 dias sem um visto, da forma como eles podem entrar em outros países. Ele também sugeriu que estes vietnamitas no exterior tivessem dupla cidadania, e a construção de um monumento em memória do monge Thich Quang Duc, que morreu defendendo o fim da discriminação religiosa sob o regime Diem. Parece que o governo levou adiante praticamente todas as sugestões do nosso professor, fazendo-as mais populares aos estrangeiros e povo de casa, com exceção da última sugestão, que era para dissolver dentro de um período de cinco ou seis anos o Departamento de Assuntos Religiosos e política religiosa.

Parece que as dificuldades com o Mosteiro Prajña podem ser rastreadas até este ponto, a esta última sugestão do nosso professor. É claro que existem muitas outras condições e forças imprevistas e causando indiretamente a virada das intenções e dos eventos, especialmente do monge Duc Nghi. Antes do nosso professor e da comitiva de Plum Village retornarem ao Vietnã pela terceira vez, em 2008 para participar da UNESCO Vesak conference, o monge Duc Nghi partilhou muitas vezes que o Departamento de Imigração tinha pedido permissão a ele para expulsar, do mosteiro e do Vietnã, os monges e monjas estrangeiros de Plum Village, que já tinham obtidos um visto válido. Temos estas declarações de Duc Nghi feitas ao nosso professor e outros professores do Darma de Plum Village gravadas duas vezes.

A tragédia começou a se intensificar no dia 8 de agosto de 2008, quando a polícia nos enviou uma carta afirmando que o proprietário do templo onde os 379 monásticos estavam morando (isto é, o monge Duc Nghi) queria eles todos fora da propriedade, e tinha pedido a polícia para despejá-los, e, de acordo com a carta, os monásticos estariam vivendo ali ilegalmente. Desde aquele dia, a polícia tem vindo quase toda noite checar a identidade de cada monástico, e pedir a eles para assinar um documento que diz que eles estão vivendo ali ilegalmente. Os monásticos se recusaram a assinar estes documentos e permaneceram calmos e amáveis diante disto. Eles sempre falaram gentilmente com os policiais e até mesmo ofereceram chá e canções para eles aliviarem suas tensões. Os policiais ficaram muito envergonhados com a situação, mas não podiam desobedecer as ordens de seus superiores. Com o pedido de ajuda ao governo feita pelo povo, as pessoas vêm esperando por esta inteligente intervenção do governo, mas não obtiveram qualquer resposta.

A partir de agosto de 2008 até hoje, o serviço de imigração não tem dado vistos aos professores de Darma de Plum Village de cidadania não-vietnamita para entrarem no Vietnã. Estes professores de Darma não podem voltar para ensinar estes 400 monásticos que foram ordenados no Mosteiro Prajña desde o primeiro retorno do nosso professor ao Vietnã em 2005. A repartição do serviço de vistos da Embaixada Vietnamita na França até mesmo cancelou o visto de cinco anos dado anteriormente a duas irmãs de Plum Village para visitarem o Vietnã. Nós ainda não protestamos nada disto, e permanecemos pacientes com os líderes do Vietnã.

No dia 13 de novembro de 2008, nós pedimos ao Embaixador do Vietnã em Paris para transmitir 600 cartas de praticantes franceses ao governo do Vietnã, pedindo amavelmente que o governo intervenha na situação do Mosteiro Prajña. A Embaixada apoiou de todo coração este esforço enviando todas as cartas através de email ao invés de através do correio diplomático. No dia 19 de novembro, o governo central organizou uma reunião em Ho Chi Minh City para tentar resolver o problema pacificamente. Após a reunião, muitos monges e dignitários da Igreja Budista anunciaram alegremente para nós que tudo estava bem e que a decisão estava tomada: os jovens monásticos poderiam permanecer e praticar em paz no Mosteiro Prajña, o único lar espiritual deles. Nós pedimos um relato escrito da reunião e da decisão, e eles nos prometeram enviar em breve tal relato. Depois de três meses, o relato finalmente chega, mas nele estava dito o oposto do que tinha sido previamente anunciado como sendo o resultado da reunião do dia 19 de Novembro. Foi dito de forma rude aos 400 monges e monjas que se mudassem do terreno do mosteiro até o dia 29 de abril de 2009. Daquele dia em diante, a entrada do mosteiro tem estado trancada e acorrentada. As pessoas laicas que vem aos retiros de finais de semana são afugentadas.

No dia 26 de junho de 2009, Dong Nanh, um discípulo de Duc Nghi, e alguns outros tentaram queimar as nossas cabanas com telhados de sapé que os monásticos usam para retiros solitários. Como estava chovendo, as cabanas não se incendiaram, então eles usaram picaretas para derrubar as cabanas. Quando um monge e uma monja vieram pedir a eles que parassem, eles os atacaram com as mesmas ferramentas. Felizmente, nós escapamos ilesos por um triz. Uma moça se ajoelhou e implorou aos agressores que a matassem ao invés dos monges. Alguns de nós tiramos fotos destes eventos. Devido à escalada de violência e do perigo a estes monásticos, nós pedimos seriamente ao embaixador que leve isto à atenção do governo central.

Nós compreendemos a fé ingênua de Dong Hanh, discípulo de Duc Nghi, para com o professor dele que por isso o forçou a trilhar este caminho obscuro. O próprio Dong Hanh disse que ele tinha ido longe demais e não podia voltar. Esta é uma afirmação alarmante. Todos nós ainda podemos rezar para que haja esperança e saída para ele se ele tiver a coragem. Existe um grande número de relatos de residentes antigos da província de Bao Loc, onde o Mosteiro Bat Nha está localizado, sobre as ações passadas do monge Duc Nghi, que são semelhantes, mas de proporção menor; contudo, tão erradas e prejudiciais quanto às presentes. Agora diante de nós, pedimos somente para viver e praticar pacificamente em nossa casa espiritual com todos os direitos de qualquer outro cidadão vietnamita.

Em Novembro de 2008, o nosso professor escreveu uma carta ao monge Duc Nghi pedindo a ele para retornar as responsabilidades dele enquanto professor-pai destes 400 jovens monásticos. Nosso professor estava pronto para perdoar e esquecer qualquer erro passado. Nós ainda sustentamos o pedido de nosso professor e estamos prontos a fazer o que for necessário para levar paz ao Mosteiro Prajña, sob a condição de que as vidas destes 400 monásticos sejam salvas.

Semana passada, em um esforço coordenado de propaganda, os chefes de catorze aldeias da vila Dambri anunciaram uma reunião com os moradores para declarar que se o governo expulsa nossos monásticos, é porque os monásticos legalmente ordenados estão engajados em política. Isto seria difícil de provar, pois a maior parte das atividades diárias e anuais dos monges e monjas inclui meditação sentada, cânticos, cuidar do jardim, meditação caminhando e muitas outras práticas da consciência plena. A única intenção deles é viver uma vida simples e pacífica sem engajamento em qualquer atividade política. Tem havido muitos relatos de policiais chamando os pais destes jovens monges e monjas, e pedindo a eles para levarem os seus filhos de volta à vida familiar, e renunciarem a escolha deles de uma vida espiritual. Estes incidentes ocultos nos revelam que isto não é só uma questão interna entre Duc Nghi e nossos monásticos, mas um esforço coordenado por várias forças governamentais, cujos motivos estão se tornando cada vez mais claros a cada evento.

Esta é uma carta pessoal escrita para esclarecer àqueles que conhecem nossa comunidade e nossa situação no Mosteiro Bat Nha. Se algum de vocês ai puderem ajudar nossos irmãos e irmãs com sua conexão e influência, por favor, ajam motivados a partir da compaixão e espírito de reconciliação. Se esta carta puder ser partilhada com o Embaixador Vietnamita na França, Estados Unidos ou Canadá, talvez ela possa ser transmitida a várias autoridades de alto calão do governo central Vietnamita que conhecem nosso professor e amam sim e apóiam estes jovens monásticos. Por favor, estejam motivados a agir.

Com amor e confiança,
Chan Khong

sábado, julho 18, 2009

Olhe para dentro

Temos o hábito de sempre olhar para fora de nós mesmos, pensando que podemos obter compaixão e sabedoria de outra pessoa ou do Buda ou de seus ensinamentos (dharma) ou de nossa comunidade (sangha). Mas você é o Buda, você é o Dharma, você é a Sangha.

Armazenar conhecimento sobre budismo não responderá suas questões ardentes. Temos que aprender as coisas que podem nos ajudar a transformar nosso próprio sofrimento, as próprias situações em que somos capturados. Se nosso professor é um professor verdadeiro, então suas palavras estão presentes para nos ajudar a estar em contato com a vida e a desamarrar os preconceitos, visões, raiva e energias de hábito que temos. O objetivo de um verdadeiro professor é ajudar seus alunos a se transformar.

- Thich Nhat Hanh (Do livro "Answers from the heart")

quarta-feira, julho 15, 2009

Parar, Acalmar-se, Descansar e Curar-se

Sugerimos a leitura do texto (clique aqui) onde Thay fala sobre os aspectos da meditação budista: shamatha (cessação) e vipashyana (olhar em profundidade). Ele também mostra as três funções da shamatha: fazer parar, acalmar e repousar.

É um texto básico de budismo onde Thay detalha o aspecto de cessação na meditação e aponta muitas de nossas dificuldades com a prática.

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terça-feira, julho 14, 2009

Ajuda Urgente aos Monges e Monjas do Monastério de Bat Nha, Vietnã

Carta redigida pela Ordem do Interser, ligada à Comunidade do Venerável Mestre Zen-Vietnamita Thich Nhat Hanh

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Querida Comunidade,

Por favor, ajude-nos a assinar esta petição ao Governo Vietnamita, a ser enviada ao Consulado do Vietnã em São Francisco (EUA). Por favor, peça aos amigos e entes queridos para participarem também. A petição será enviada em 21 de julho de 2009.
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12 de julho de 2009

Sr. Le Quoc Hung, Cônsul Geral

Consulado Geral do Vietnã em São Francisco, EUA
1700 California St, Suite 430 San Francisco, CA 94109

Telefone: (415)922-1707 (415)922-1577

Fax: (415)922-1848 (415)922-1757
Email: info@vietnamconsulate-sf.org

RE: URGENTE Solicitação para que o Governo Central do Vietnã tome medidas para aliviar a tensão sofrida pelos residentes do Monastério Bat Nha, na Província de Lam Dong, Vietnã.

Honorável Cônsul Geral,
Respeitados Líderes do Governo Vietnamita,
Prezadas Comissões de Relações Religiosas do Vietnã,

O objetivo desta carta de hoje é chamar atenção imediata para uma crise que se agrava cada vez mais no Vietnã e clamar pela intervenção do governo para que proteja jovens cidadãos pacifistas do Vietnã, que hoje habitam o Monastério Bat Nha, na Província de Lam Dong. Um grupo de 400 jovens monges e monjas vive no monastério há quatro anos. São continuamente importunados por monges e habitantes das aldeias locais e enfrentam a inércia e o descaso de dirigentes do governo. Esses jovens monásticos têm sido privados de suas necessidades humanas mais básicas, como acesso a alimentos e água, já há duas semanas. Além de não se resolver sozinha, esta situação torna-se cada vez mais grave. Muitas dessas violações e incidentes diários são testemunhados, documentados e denunciados em primeira mão ao público em geral por simpatizantes locais. Todos os relatos podem ser lidos em www.phusaonline.free.fr e em outros sites da internet.

Suplicamos ao Governo do Vietnã, com a maior veemência possível, que intervenha e garanta que esta comunidade possa viver em paz, com os direitos assegurados por lei aos cidadãos vietnamitas, e que tenha acesso seguro a alimentos, água, eletricidade, ou seja, a direitos humanos básicos.

Desde 2005, estes 400 monges e monjas vivem no Monastério Bat Nha (Hamlet 13, Dambri Village, Bao Loc District), na Província de Lam Dong. Investiram energia e recursos consideráveis (mais de US$ 1 milhão) para melhorar a região próxima ao monastério e a comunidade local. Não constituem um corpo político e sua única intenção é praticar a plena consciência e servir aos demais.

Recentemente, a água e as linhas de comunicação do monastério foram cortadas e os 400 monásticos que vivem ali vêm sendo importunados. Quando se tentou instalar um poço de água, os trabalhadores foram ameaçados e o projeto, abandonado. O nível de tensão aumenta e os monges e monjas vêm sendo ameaçados de ataques. Alguns sentem tanto medo que nem conseguem sair do monastério em busca de água ou alimentos. A polícia local continua sem intervir para restaurar a paz. Além disso, as linhas de telefone e internet também foram cortadas. Mais detalhes da situação podem ser encontrados no link http://helpbatnha.org - um website mantido por pessoas do mundo todo, em busca de apoio ao monastério.

É fundamental que o governo do Vietnã interfira e lide com a situação no âmbito da Legislação Internacional dos Direitos Humanos. Esses 400 jovens monges e monjas não fizeram nada errado e, no entanto, estão privados de direitos humanos básicos, com sua saúde e bem-estar prejudicados.

Esta não é uma questão política ou religiosa — é uma questão de direitos humanos.

Os monges e monjas são filhos e filhas do Vietnã. Merecem proteção de seu governo e liberdade para que suas necessidades humanas básicas sejam atendidas em paz e segurança. Sabemos que você concorda conosco ao dizermos que cabe a todo governo garantir tais direitos a seu povo.

Pedimos sua ação imediata para ajudar a resolver esta situação.

Precisamos de ajuda urgente.

Atenciosamente,
A Comunidade Internacional da Ordem do Interser

NOTA: Esta é uma tradução para o português da petição em inglês elaborada pela Ordem do Interser (tradição do mestre zen-vietnamita Thich Nhat Hanh).

A petição pode ser assinada por qualquer pessoa. Para assiná-la, clique aqui.

quarta-feira, julho 08, 2009

Encontre sua Felicidade

O texto dessa semana (clique aqui) foi retirado de uma palestra do professor de Dharma Phap Dung, monge sênior de Thich Nhat Hanh. Ele nos mostra que se você souber onde se encontrar, ao mesmo tempo, você saberá onde encontrar a sua felicidade. Portanto, ver-se, descobrir-se é maravilhoso. Phap Dung nos mostra como podemos nos encontrar: em nosso corpo, em nossos sentimentos.

Ensina também que se você for um bom praticante não deve praticar exaustivamente. Porque praticar não é lutar por algo ou para ser algo. Praticar é retornar, é parar, é voltar-se para dentro de si e descobrir. Agradecemos a Maria Goretti da Sangha Flor de Mandacaru pela tradução e oferecimento desse texto à Sangha.

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quarta-feira, julho 01, 2009

Uma Ética Global

No texto dessa semana (clique aqui) Thich Nhat Hanh defende que para haver harmonia global entre os seres humanos de diversas religiões e nações, é necessário haver uma ética global. Esse caminho de irmandade é mais precioso que qualquer ideologia ou religião.

A ética global que o Buda sugeriu são os Cinco Treinamentos de Plena Consciência. Eles são o caminho que deveríamos seguir nesta era de crise global porque eles são práticas de irmandade, entendimento, amor, e a prática de nos protegermos e protegermos o planeta. Eles não são sectários, não levam a marca de nenhuma religião, raça ou ideologia. Sua natureza é universal.

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Foto:Instalação de Lia do Rio

Sala de Meditação

Gostaria de compartilhar com você um insight do Marcelo, um companheiro nosso da Sangha Virtual. Ele passou recentemente alguns meses em Plum Village em uma experiência de uma riqueza espiritual extraordinária.

"Não é um insight por si mesmo, com alguma sabedoria nele, é apenas um insight para mim. Eu estava em minha última meditação sentada na sala de meditação de Upper Hamlet, Plum Village; eu estaria indo embora em alguns dias. Me sentia meio emotivo, sabendo que era minha última vez ali, sem saber se algum dia voltaria. A Sangha ao meu redor, as muitas sessões que eu tinha comparecido ali. Eu me curvei em direção ao altar antes de passar pela porta de saída e deixando a sala eu estava segurando as lágrimas. E então aconteceu.

Era mais um sentimento forte que um pensamento, e é por isso que o chamo de insight. Quando eu deixei a sala de meditação e pisei nos degraus de pedra e olhei sobre o jardim em direção ao pagode, eu tive a impressão que estava reentrando na Sala de Meditação. O planeta todo, começando sobre meus pés, era a Sala de Meditação. Não haveria mais nenhuma possibilidade de deixar a Sala de Meditação, nunca, enquanto eu viver. A Sala de Meditação não estava apenas dentro da sala, na verdade estava fora, estava em todo lugar, como se a Sala de Meditação se espalhasse, como se tivesse tomado todo o planeta.

Era uma manhã escura, o alvorecer ainda não havia chegado, a lua era refletia nas poças de água ao longo do caminho, e enquanto eu andava ao redor de Upper Hamlet, eu olhei para as pedras e vi almofadas, olhei para os trocos caídos e vi altares. Eu senti que tudo era sagrado e nada era realmente sagrado, não era separado do mundano. Era apenas meu olhar formando o mundo, discriminando, mas no mundo sendo uma Sala de Meditação, tudo era aceitável, tudo estava incluído, tudo estava iluminado, tudo era uma iluminação."

domingo, junho 28, 2009

Espiritualidade

A espiritualidade é algo que podemos cultivar. Ser espiritual significa ser estável, calmo e pacífico e ser capaz de olhar profundamente para dentro e para fora de nós. Significa termos a capacidade de lidarmos com nossas aflições: nossa raiva, ânsia, desespero e discriminação.

É a capacidade de ver a natureza do interser entre as pessoas nações, raças e todas as formas de vida. A espiritualidade deixou de ser um luxo; temos que cultivá-la para superar as dificuldades de nossa época.

-Thich Nhat Hanh (Do livro "Eu busco refúgio na Sangha")

quarta-feira, junho 24, 2009

Transformando sua Consciência, Transformando seu Sofrimento

O texto dessa semana (clique aqui) traz uma mensagem muito forte: Tudo vem da mente. Se a mente é transformada, tudo se transformará. Pense um pouco sobre esse frase e perceba os impactos profundos e as possibilidades que se abrem.

No texto, Thich Nhat Hanh nos ensina que: "A inabilidade vem de nossa mente, e a inabilidade pode ser transformada por nossa mente. Se a transformação acontece em sua consciência, então a inabilidade desaparecerá como uma realidade no mundo manifestado. A mente é como um pintor." Essa afirmação traz a responsabilidade para nós mesmos. Temos que parar de culpar os outros por nossos sofrimentos, medos, ansiedades e tomar a responsabilidade pela nossa felicidade.

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quarta-feira, junho 17, 2009

Ouça os sinos de plena consciência

Os sinos de plena consciência estão soando. Por toda a Terra estamos experimentando enchentes, secas e incêndios florestais. O gelo está derretendo no Ártico e furacões e ondas de calor estão matando milhares. As florestas estão desaparecendo rapidamente, os desertos estão crescendo, espécies estão se extinguindo cada dia, e mesmo assim continuamos a consumir, ignorando o soar dos sinos.

O texto (clique aqui) sugerido dessa semana traz um alerta de Thich Nhat Hanh, nos mostrando que os sinos de plena consciência sobre a situação de nosso planeta estão soando, mas poucos estão ouvindo e agindo realmente. O que você está fazendo de concreto para mudar a situação do planeta?

Leia (clique aqui) e divida suas práticas para salvar o planeta em nosso blog.

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segunda-feira, junho 15, 2009

O Sentido da Vida

Uma mulher pergunta para Thich Nhat Hanh:

- Qual o sentido da vida?
- Isto é filosofia, responde rindo Thay
- Não, mas deve haver uma razão! Porque estamos aqui? perguntou novamente ela.

Thich Nhat Hanh respondeu:

"Esta é uma chance de descobrir o mistério da vida. Muito excitante! (risos) Você tem algo a descobrir, algo muito profundo, algo muito maravilhoso. Esta prática de olhar profundamente pode satisfazer sua curiosidade, e esta é uma razão para estar vivo - para descobrir você mesma, para descobrir o cosmos. Esta é uma alegria.

Você poderia focar sua questão em "como" e não ser capturada sempre no "porquê". A vida é uma maravilha! Estamos aqui para experimentar as maravilhas da vida. Se você tiver plena atenção e concentração suficientes, poderá ter uma descoberta importante e penetrar na realidade da maravilha da vida.

A vida é uma manifestação prodigiosa. Não apenas a rosa é maravilhosa, não apenas as nuvens e o céu são um milagre, mas o barro e o sofrimento são também maravilhosos. Portanto desfrute entrar em contato com a vida; descubra o mistério da vida. E não gaste seu tempo perguntando questões metafísicas! (risos)"

sábado, junho 13, 2009

Budismo Engajado e o Conflito Israel-Palestina

Querido Thay, Querida Sangha,

Sinto-me humilde ao estar aqui, na presença de tantas pessoas cuja compaixão e dedicação tocaram os corações e as vidas de muitas outras. Em comparação com a sua bondade, a sua prática e os frutos dos seus esforços, sou realmente um peixe bem pequenino. Mas é muito melhor ser um peixinho nadando no riacho da compaixão do que frigindo na panela do ódio.

Falo com vocês como israelense, americano, cidadão adotivo da cidade de Roma, judeu, budista, poeta. Como músico, estudante de política e religião, professor, amigo, parceiro, ex-marido, motociclista entusiástico; como um ex-soldado de infantaria que até hoje ainda sente a presença do seu fuzil de assalto automático da mesma forma que alguns mutilados sentem os membros perdidos, apoiado sobre o ombro, com cheiro de graxa e suor. Falo com vocês como irmão, filho e algum dia, talvez, pai. Gostaria de lhes oferecer a seguinte reflexão sobre minha compreensão limitada do Budismo Aplicado no contexto do Oriente Médio.

Vocês podem pensar que na Terra Santa há um conflito entre israelenses e palestinos. Essa não é a verdade. Há um grande sofrimento, sim. O medo a tudo impregna: não apenas o medo de incursões militares, de assassinatos, de ataques terroristas, do chamado para se apresentar à força militar de reserva ou da aniquilação nuclear, mas o medo da exploração, da insegurança econômica, o medo da perda, de não produzirmos o suficiente, de não sermos fortes o suficiente. O conflito se alastra por todos os setores da sociedade, desde as escolas até o governo, o tráfico assassino, a família, o exército; as esferas pública e privada, religiosa e secular. Há uma violência tremenda contra mulheres e crianças, abuso de poder nos locais de trabalho, corrupção, negligência em grande escala e destruição do meio ambiente natural e humano.

Toda essa violência é o resultado da confusão, de percepções enganosas e de visões errôneas. O sofrimento é imenso, mas se nós o interpretarmos erroneamente como o resultado de um conflito entre duas nações, estaremos ignorando suas raízes reais e só vamos perpetuá-las. Usando a ferramenta budista de olhar a fundo no vazio de um eu independente, nós podemos ver uma realidade diferente. Nós, israelenses e palestinos, podemos não ser o mesmo, mas também não somos diferentes. Somos unidos no nosso medo, limitados pelo nosso ódio, intimamente conectados pela nossa incapacidade para ouvir com um coração aberto e idênticos ao sustentarmos a noção errônea de que o nosso sofrimento é o resultado de um conflito nacional.

Por Favor, Não Se Junte a Nós
Não estou negando a existência das máquinas de guerra, dos ataques suicidas, dos pontos de checagem ou das ameaças existenciais. Mas, observando a realidade a fundo, podemos ver que a guerra física é um reflexo da guerra nos nossos corações, uma tentativa de controlar nosso sofrimento, projetando-o em um inimigo externo claramente identificável. Encobrir a realidade mais profunda do nosso sofrimento e de suas causas, disfarçá-lo com uma narrativa de dois personagens, é fazer uma grande injustiça e tornar impossível qualquer transformação real.

Na minha opinião, entender a dimensão mais profunda do sofrimento na Terra Santa já é uma forma de budismo aplicado. Que passos práticos podemos dar para aliviar o sofrimento?

O primeiro passo, como sempre, é nos protegermos e cultivarmos a compaixão. Você pode viver no Sudeste Asiático, na Europa, ou em qualquer parte deste planeta tão generoso nos prover, e assistir frequentemente na televisão às imagens de conflitos políticos. Se nós respondermos a essas imagens movidos pelo julgamento, reduzindo a rede infinita de causas e condições sociais, políticas, institucionais, familiares e psicológicas a um esquema simplista de dois lados, um sendo a vítima e o outro o agressor, estaremos regando as sementes de julgamento em nós mesmos. O ódio e a raiva não precisam de autorização nem de passaporte para passar por pontos de checagem ou muros de concreto e com essa mesma facilidade eles podem entrar nos nossos corações. Se nós fortalecermos as sementes do julgamento, do ódio e da raiva, seus frutos encontrarão um caminho para todos os aspectos das nossas vidas e prejudicarão nossos relacionamentos com todos os que nos rodeiam. Seus parceiros, seus filhos, seus pais e todos os seus entes amados são preciosos para você. Seria uma grande vergonha se os nossos males e a nossa confusão provocassem um momento sequer de discórdia ou de desarmonia na sua família e na sua comunidade.

As mesmas imagens de televisão podem ser abraçadas com compaixão e compreensão profunda. Pense em alguém que lança um foguete Qassam em Israel. Ser um militante não é toda a verdade. Ninguém é apenas um militante. Ele pode ser um militante, filho, irmão, amigo, artista, estudante e assim por diante, inclusive uma vítima de numerosas causas em vários níveis e oriundas de várias direções – levando a essa crença de que matar pode resolver o seu sofrimento ou o sofrimento de seus entes amados. Tampouco alguém é apenas um soldado. A verdade de um soldado é igualmente complexa, humana, sua confusão e suas ações podem ser vistas como o resultado de várias causas, profundas e abrangentes, das quais ele, seu comandante e seu general são todos vítimas. Se eles fossem capazes de olhar mais a fundo, agiriam de forma diferente.

Por favor amigos, para seu próprio bem e felicidade, tomem isto como uma meditação na não-dualidade, na ausência de sinais e no interser, para desenvolverem sua compaixão pelos que ainda não aprenderam a fazer isso. Vocês darão aos seus filhos um belo exemplo de não-julgamento e eles então poderão enriquecer suas vidas e as de seus amados com compaixão e compreensão. Assim, vocês podem transformar um ataque de foguetes ou uma incursão militar em amor, transformando a ignorância em uma lição do Darma. Eu acredito que essa prática vai levar mais alegria para a sua própria vida e isso é motivo suficiente para praticá-la.

Remover o obstáculo de uma visão dualista também oferece várias oportunidades para o Budismo Aplicado em uma escala maior. Assim como encontramos o medo em cada setor da nossa sociedade, podemos encontrar também oportunidades. Nós do Oriente Médio faríamos bem em aprender a apreciar as muitas condições para alegria e felicidade que já estão presentes no aqui e agora. Isso inclui nossas amizades já existentes, nossos filhos, a beleza natural espetacular que nos rodeia e a alegria que podemos encontrar retornando ao milagre da nossa respiração.

Entre essas condições, encontram-se também os incontáveis projetos de paz e de desenvolvimento, graças à dedicação e à generosidade de indivíduos do mundo todo. Seja qual for a sua especialidade – serviço social, saúde, agricultura, meio-ambiente, arte e cultura, esporte e assim por diante – eu acredito que toda contribuição pode aliviar o sofrimento e aos poucos regar as sementes da alegria, desde que seja oferecida após ter se dado o aprofundamento pessoal da prática da compaixão, do não-julgamento e da não-dualidade. Sem essa prática, receio que qualquer esforço, infelizmente, apenas contribuirá para mais sofrimento. Projetos de coexistência são úteis e bem-vindos, mas enfocar só a coexistência, na minha opinião, é correr o risco de enfatizar apenas um resultado das causas subjacentes. A compaixão, a escuta profunda e a fala amorosa podem ser praticadas em todos os níveis da sociedade e em todas as línguas.

- discurso apresentado por Bar Zecharya na conferência “Budismo Engajado no Século XXI”, no Dia Vesak das Nações Unidas de 2008, em Hanói, Vietnã - Publicado na revista Mindfulness Bell)

Fotos: Leonardo Dobbin

Tradução: Renata Colacco

quinta-feira, junho 11, 2009

Aprendendo o que é falar a verdade

Recomendamos a leitura do texto (clique
aqui
) retirado de uma palestra de Dharma de Thay Phap An, professor de Dharma de Plum Village.

Nessa aula o monge sênior mostra que temos que buscar formas habilidosas para falarmos a verdade de modo que possamos regar as sementes positivas do outro. Regar essas sementes positivas é a base para que possamos encarar nosso sofrimento sem sermos subjugados por ele. Ele ensina que Verdade é algo que tem a capacidade de reconciliar, dar às pessoas esperança, dar felicidade às pessoas. Quando você fala e causa dano, embora possa estar correto, não é nenhuma verdade.

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quinta-feira, junho 04, 2009

Abraçando nossa dor depois do desastre

Nessa semana onde ficamos perplexos com a queda do avião no oceano e da morte das muitas pessoas a bordo, sugerimos a leitura de uma reflexão (clique aqui) de Thich Nhat Hanh sobre como abraçar nossa dor depois de um desastre desses.

Thay escreveu esse texto após o Tsunami que varreu a Ásia há alguns anos atrás e se pergunta porque essas coisas acontecem a alguns de nós. Vontade de Deus, karma? Porque alguns morrem e outros sobrevivem? Como clarear a dor que nos aflige nesses momentos?

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