Thay já começou a engolir comida sólida e se alimentar sozinho. A sua plena atenção, concentração e alegria ao saborear a comida novamente foi impressionante. Logo que ele conseguiu esse feito, os médicos removeram o tubo que o alimentava, sem nenhuma complicação. Thay apenas sorriu.
Mais recentemente Thay começou a desenvolver sua vocalização, se juntando aos monges quando eles cantam, na parte que eles fazem "hum" nas musicas. Agora Thay consegue cantarolar a melodia e de vez em quando formar claramente uma palavra. Nessas ocasiões ele tem uma grande alegria e surpresa.
Os terapeutas ficam impressionados com sua vontade extremamente forte de se recuperar. Agora ele consegue se sentar sozinho, ereto. Nas últimas três semanas ele quis começar a andar mesmo tendo seu lado direito ainda paralisado. Com apoio de dois ajudantes, ele agora pratica meditação andando no jardim, muitas vezes ao dia. Mesmo à custa de muito esforço, pode-se ver que para Thay, cada passo é um passo de vitória, e uma afirmação da vida e da alegria de estar vivo nesta linda Mãe Terra.
De vez em quando toda a comunidade de 150 monges e monjas vem praticar meditação caminhando com Thay. A sua coragem, determinação e alegria, apesar das limitações físicas, é um claro ensinamento para todos que caminham com Thay e tem seus dois pés saudáveis. Com cada passo, Thay demonstra que continuará a praticar sob quaisquer condições. Ele está afirmando que nunca irá abandonar o Caminho.
Nove anos atrás perguntaram para ele: "Esse ano você faz 80 anos. Você planeja se aposentar?"
Essa foi sua resposta:
No budismo, vemos que o ensinamento é dado não só pela fala, mas também vivendo a sua própria vida. Sua vida é o ensinamento, é a mensagem. E enquanto eu continuar a me sentar, caminhar, comer, interagir com a Sangha e as pessoas, eu continuarei a ensinar, mesmo que já esteja incentivando meus alunos mais antigos a começar a substituir-me em dar palestras sobre o Dharma. Nos últimos dois anos, tenho pedido a professores de Dharma, não só no círculo monástico, mas também no círculo leigo, virem para dar palestras sobre o Dharma. Muitos deles têm dado maravilhosas palestras sobre o Dharma. Algumas palestras sobre o Dharma têm sido melhores que as minhas. Eu vejo a minha continuação, e eu não vou me aposentar. Eu vou continuar a ensinar, se não for por palestras de Dharma, será pela minha maneira de sentar, comer, sorrir, e interagir com a Sangha. Eu gosto de estar com a Sangha. Mesmo se eu não der uma palestra de Dharma, eu gostaria de me juntar à meditação andando, à meditação sentada, comer em plena consciência e assim por diante. Então não se preocupe. Quando as pessoas estão expostas à prática, eles ficam inspiradas. Você não precisa falar, a fim de ensinar. Você precisa viver sua vida conscientemente e profundamente. Obrigado.
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No momento em que você sente raiva, você tem a tendência de acreditar que seu sentimento foi criado por outra pessoa. Mas, ao fazer um exame profundo, você talvez perceba que a semente da raiva que existe em você é a principal causa do seu sofrimento. Muitas outras pessoas, quando confrontadas com a mesma situação, não ficariam com a raiva com que você fica. Elas ouvem as mesmas palavras, presenciam a mesma situação, mas são capazes de permanecer mais calmas, sem se deixarem afetar tanto pelas circunstâncias. Por que você se enraivece com tanta facilidade?
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